Invasores dizem desconhecer reintegração determinada pela Justiça
Apesar do anúncio de despejo determinado pela justiça, moradores que ocupam área da prefeitura em frente a Lixão no Dom Antonio Barbosa, dizem que até o momento não sabiam da ordem de reintegração de posse. Segundo eles, já são mais de 500 barracos e muitos dos invasores não têm para onde ir, caso sejam despejados. Hoje (23) pela manhã a movimentação era tranquila no local.
Os moradores afirmam que a Prefeitura teria mandando instalar luz e água para os moradores. A assessoria da Prefeitura nega a informação. A concessionária Águas Guariroba confirmou ter colocado um medidor para calcular o desperdício de água no local.
De acordo com a assessoria da empresa, as ligações clandestinas, feitas na área da invasão, costumam gerar desperdício. Eles afirmam que o medidor não tinha finalidade de abastecer ou de cobrar, mas sim para calcular o que está sendo perdido.
Moradores: Grávida do segundo filho, Edilaine Nascimento dos Santos, 19 anos, disse que desde o Natal está acampada na área. Ela conta que entregou a casa que tinha no Parque do Sol, bairro ao lado, para não precisar mais pagar o aluguel. “Além do aluguel ainda tinha despesa da casa, água e luz. Todo mundo sonha com a casa própria e agente veio tentar a sorte”.
Edilaine diz que já tem inscrição na Agehab (Agência Estadual de habitação) há mais de um ano e até hoje não conseguiu a casa própria.
“Não tenho para onde ir. Se a tropa vier pegar minhas coisas, eles vão ter que colocar no meio da rua. E, além disso, eles não informaram nada pra gente”, disse Mariana Gonçalves, 20 anos. Mãe de quatro filhos, Mariana diz que muitas pessoas que ocuparam a área, têm casa.
“Na época da campanha, o prefeito eleito veio conversar com a gente. Será que agora ele teria coragem de tirar a gente daqui?”, questionou.
Guardando uma casa para a prima, Djanira Antunes, 64 anos, diz que mora no Parque do Sol há mais de 15 anos. “Estou só segurando uma casa pra minha prima. Já são três barracos só da minha família”.
Muitos dos moradores que invadiram a área dizem que estão tentando ter a casa própria, apesar de já terem moradia. O pintor Valdemir Castro de Souza, 36 anos, que mora com a esposa e a cunhada, conta que ao ver a invasão, ele aproveitou e entrou junto. “Sou do Coophavila e o povo começou a invadir e eu aproveitei. É uma oportunidade”.
A grávida do segundo filho questiona: “Dizem que eles vão vir com tropa de choque. Pra que isso? Olha o tanto de criança”.