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Capital

Irmã de paciente psiquiátrico será ouvida em delegacia e depois liberada

Mulher foi conduzida pela Polícia Militar após recusar entrar na ambulância para levar paciente para casa

Por Ana Paula Chuva | 05/02/2024 15:35


A irmã de Maximiliano Mendes Echeverria, de 35 anos, conduzida para a delegacia na manhã desta segunda-feira (5), será ouvida e liberada. De acordo com o delegado Felipe Madeira, a mulher não foi presa em flagrante e caso foi registrado como abandono de pessoa com deficiência em hospital ou congêneres na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

Katiucia Mendes Echeverria, 34 anos, foi levada por equipe da PM (Polícia Militar) após se recusar a entrar em uma ambulância do Hospital do Pênfigo. Segundo o boletim de ocorrência, a equipe médica foi quem acionou a equipe policial por receio de chegarem à casa da família e serem recebidos de “forma hostil, prezando por sua integridade física”.

Ainda de acordo com o registro, os policiais foram informados pela assistente social do hospital que o paciente, portador de necessidades especiais, havia recebido alta médica e dependia de cuidados em tempo integral. Mas por se tratar de patologia psiquiátrica, não deveria ser mantido internado em hospital e mantê-lo na unidade representaria maior risco de vida por “questões infecciosas”.

Com isso, a representante do hospital alegou ainda que a curatela do paciente era da mãe e que ela se recusava a receber a alta de Maximiliano. Os policiais então foram ao hospital e quando chegaram, a ambulância já estava pronta com o homem e a irmã se recusava a acompanhar a equipe até a casa da mãe, dizendo que só sairia de lá para a delegacia.

Os militares então conduziram a mulher até a Depac Cepol, onde o caso foi registrado como "abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres". No entanto, ela não foi presa em flagrante e após ser ouvida, será liberada.

“Ela foi conduzida, mas não vou prendê-la em flagrante. Ela, o pai e a mãe estão como suspeitos de praticar o crime do estatuto da pessoa com deficiência. Vou ouvir ela e o hospital e o procedimento será encaminhado para ser apurado melhor para a delegacia de área”, pontuou Felipe.

À reportagem, a advogada da família, Tereza Souza de Arruda, classificou a ação policial como abuso de autoridade e alegou que cobrará o hospital sobre o procedimento. “Entendemos que a prisão é ilegal, ela não se negou em momento algum a cuidar do irmão, só queria mantê-lo no hospital por não ter estrutura em casa. A mãe não é responsável por ele e não há nenhuma ordem judicial pedindo para ele sair de lá, assim como não para ele ficar”, alegou a defensora.

Tereza também afirmou estar indo protocolar novo pedido para que Maximiliano fique no hospital até a decisão final da Justiça.

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