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Capital

Transferência de paciente psiquiátrico vira caso de polícia e irmã vai presa

Mulher se recusou a entrar em ambulância para acompanhar paciente e polícia a prendeu por omissão de socorro

Por Lucia Morel | 05/02/2024 11:56

O paciente psiquiátrico Maximiliano Mendes Echeverria, de 35 anos, vive um drama que virou caso de polícia. Na semana passada, o Campo Grande News mostrou o caso dele, recusado no Hospital Nosso Lar porque além do acompanhamento da esquizofrenia, agora ele precisa de atendimento paliativo com cuidados 24 horas.

Internado no Hospital do Pênfigo desde o final de outubro do ano passado, após pneumonia, ele recebeu alta em 8 de novembro, mas como a família, que já cuida de outra pessoa acamada, não tem condições de atender também o rapaz, ele permanece no local até hoje, quando por decisão da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), ambulância chegou para levá-lo para casa.

Maximiliano permaneceu institucionalizado no Hospital Nosso Lar, na Vila Planalto, por 10 anos e nas duas outras vezes que precisou de atendimento fora – trauma na cabeça e pneumonia em 2022 –, voltou ao Nosso Lar, o que não ocorreu agora, em outra pneumonia, porque passou a precisar de acompanhamento diferenciado e o hospital diz não ter estrutura para cuidar dele assim.

Hoje, a família procurou a reportagem, informando da transferência “à força”. A mãe de Maximiliano, Eliza Helena Cebalho Mendes, não estava lá e quem o acompanhava era a irmã. Vídeos enviados mostram ele na ambulância e ela conversando com a profissional de saúde que o amarrava à maca.

A irmã dizia que a Sesau estava ciente que a casa não tem condições de atendê-lo de forma adequada e nem cama há para que ele possa deitar. Em outro vídeo, pode-se ver a viatura da Polícia Militar ao lado da unidade móvel de saúde. A advogada que acompanha o caso – e ação na Justiça que cobra a manutenção de Max em unidade psiquiátrica - Tereza Souza de Arruda afirma que a Polícia Civil também foi acionada.

A irmã do paciente se recusou a entrar na ambulância para fazer o transporte do irmão até a casa da mãe, mesmo ele já amarrado à maca. Com isso, a polícia configurou o caso como omissão de socorro e a levou detida. A mãe de Max está em casa e a advogada está acompanhando o caso na Depac/Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

“O pessoal da Sesau falou com a genitora (na semana passada) que iria tentar o Home Care ou residência terapêutica, mas nada até agora”, comentou. Maximiliano foi retirado da ambulância e espera desenrolar do caso no Hospital do Pênfigo.

Em contato com o Hospital do Pênfigo, a reportagem foi informada que a unidade foi orientada pela Secretaria Municipal de Saúde a efetivar a alta do paciente. “Eles enviaram uma ambulância para recolher o paciente, mas a mãe que está em casa se recusa a recebê-lo. Acionamos então a polícia para nos dar suporte, porque se a mãe não recebê-lo configura abandono de incapaz”, citou comunicado do hospital.

A Sesau informou, via assessoria de imprensa, que "está em contato direto e constante, através do Serviço de Assistência Domiciliar, para atender o paciente no que for possível, assim como orientar a família sobre as necessidades dele".; "Cabe ressaltar que a Sesau não oferece atendimento Home Care, somente quando há decisão judicial, mas sim o atendimento domiciliar através da equipe do SAD".

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