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Capital

Juiz decide manter preso e sem “benesses” militar que matou esposa

Sargento pediu para ter livre acesso a dependências do quartel

Anahi Zurutuza | 04/04/2022 19:29
Momento em que Tamerson Souza deixa Deam pela porta dos fundos e é levado para prisão na Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Momento em que Tamerson Souza deixa Deam pela porta dos fundos e é levado para prisão na Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu manter preso, nas dependências da Base Aérea de Campo Grande, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, acusado de matar a esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, em fevereiro deste ano. Ele não terá, porém, os “privilégios” que pretendia, como o livre acesso a outras áreas do quartel. Terá de ficar confinado em cela.

Para o magistrado, o crime “foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa”. O militar deve permanecer preso, portanto, para a “garantia da ordem pública, da instrução e para assegurar a aplicação da lei penal”.

No dia 23, a defesa de Tamerson fez, à Justiça, novo pedido liberdade do cliente. Os advogados solicitaram que, na hipótese de decisão contrária, o militar tivesse a garantia de permanecer preso nas dependências da Aeronáutica, em Campo Grande, “mas não dentro de uma cela, e sim, dentro dos limites territoriais do quartel (pátio e alojamentos), podendo assim, inclusive, desempenhar atividades laborais internas”.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi contra e Pereira dos Santos negou a condição “mais flexível” para o confinamento. “Mesmo com escolta armada, fica indeferido por falta de amparo legal, além das dificuldades operacionais da Aeronáutica de mantê-lo com tal benesse. Senão bastassem, dentre os motivos da prisão preventiva um deles é a garantia da aplicação da lei penal e se ficar solto - nas dependências - poderá foragir, e o outro fundamento é evitar de interferir na instrução criminal”, registrou o juiz.

Status de relacionamento publicado por Tamerson Souza no Facebook. (Foto: Reprodução)
Status de relacionamento publicado por Tamerson Souza no Facebook. (Foto: Reprodução)

O caso – O corpo de Natalin foi encontrado na margem da BR-060, na saída para Sidrolândia, na tarde de 6 de fevereiro, mas a investigação aponta que a jovem foi morta em casa. Tamerson alegou ter sido agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e ela desmaiou.

Ele disse que a intenção não era matar e que tentou acordá-la, no entanto, percebeu que estava morta. Com medo de ser preso, Tamerson colocou o corpo no porta-malas do veículo e no outro dia, levou a filha para a escola com o corpo dentro do carro. Ele deixou a menina e depois seguiu para a rodovia e jogou o cadáver em meio a um matagal.

Em seguida, o militar foi até a Base Aérea e chegou a se encontrar com uma garota de programa para "desabafar", segundo ele.

Quando a polícia chegou à casa do casal e o questionou sobre Natalin, o militar disse que a esposa havia ido embora. Também tentou despistar as amigas, respondendo as mensagens no celular se passando por Natalin. Tamerson chegou a dizer para a filha, antes de o corpo ser localizado, que a mãe passou mal e morreu no hospital.

O sargento foi preso no dia 7 de fevereiro. Na Justiça, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, asfixia e feminicídio, além da ocultação de cadáver.

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