Juiz prevê “maratona” de depoimentos do Caso Sophia no 1º dia de júri
Planejamento é para ouvir 12 testemunhas e interrogar réus mesmo que julgamento avance a noite
O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pretende ouvir todas as testemunhas de acusação e defesa, além de interrogar os réus do “Caso Sophia” no primeiro dia do último julgamento do ano, que começa no dia 4 de dezembro. Jurados devem “maratonar” as versões que os ajudará a dar o veredicto, mesmo que o júri avance pela noite.
RESUMO
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O julgamento de Christian Leitheim e Stephanie de Jesus, padrasto e mãe de Sophia Ocampo, de 2 anos, morta em janeiro de 2023, ocorrerá nos dias 4 e 5 de dezembro. O primeiro dia será dedicado ao depoimento de 12 testemunhas, incluindo policiais e médicos legistas, que irão detalhar as lesões encontradas na menina, compatíveis com espancamento e abuso sexual. No segundo dia, acusação e defesa apresentarão seus argumentos. A mãe alega não ter visto o padrasto agredindo a criança, enquanto ele afirma ter dormido o dia todo sob efeito de drogas e álcool. O julgamento será aberto ao público.
São 12 testemunhas para serem ouvidas, entre elas um dos investigadores de polícia que atuaram na investigação, a médica que atendeu a menina Sophia Ocampo em posto de saúde e o médico legista. Segundo o planejamento feito pelo magistrado, o dia 5 de dezembro está reservado para os debates entre acusação e os advogados de Christian Campoçano Leitheim, de 27 anos, e Stephanie de Jesus da Silva, 26, padrasto e mãe da pequena Sophia Ocampo, que morreu aos 2 anos e 7 meses.
O plenário do Tribunal do Júri estará aberto para quem quiser acompanhar os dois dias de julgamento e a ocupação da plateia será por ordem de chegada.
A acusação – Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, a menina deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.
O atestado de óbito apontou que a garotinha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.
Para a investigação policial e o MP, Sophia foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos.
O padrasto será julgado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos. Ainda responderá por estupro de vulnerável. Já a mãe será julgada por homicídio doloso por omissão.
Versões – Stephanie alega que não viu Christian batendo em Sophia, mas atribui a morte da filha ao ex-companheiro. “Quando eu saí, ele já estava com ela no colo, desacordada. Ele deitou ela [sic] no colchão e fez massagem cardíaca, respiração boca a boca nela. Mas, eu estava tão desesperada que eu não sabia o que fazer, que eu não me toquei na hora o que estava acontecendo”, relatou no dia 5 de dezembro.
Já Christian alega que dormiu o dia todo sob efeito de drogas e álcool. Disse que foi despertado pela mulher. “Quem me acordou foi a Stephanie falando que a Sophia não estava bem. Quando eu vi, ela já estava com a boca roxa e convulsionando”.