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Capital

Juíza converte em preventiva prisão de ex-tenente que furtou corpo

Quando chegou ao Fórum, o ex-PM reclamou da presença da imprensa e tentou esconder o rosto com uma pasta

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 19/02/2019 10:09
José durante audiência de custódia nesta manhã (Foto: Guilherme Henri)
José durante audiência de custódia nesta manhã (Foto: Guilherme Henri)
José tentou esconder o rosto com uma pasta (Foto: Guilherme Henri)
José tentou esconder o rosto com uma pasta (Foto: Guilherme Henri)

A Justiça converteu em preventiva a prisão do ex-tenente da Polícia Militar, José Gomes Rodrigues, 57 anos, que furtou o corpo da ex-namorada e acabou preso em flagrante na noite de domingo (17) por dirigir bêbado. A decisão foi da juíza Cíntia Xavier Letteriello durante audiência de custódio no Fórum, na manhã desta terça-feira (19). Ao chegar ao Fórum, o ex-PM reclamou da presença da imprensa e tentou esconder o rosto com uma pasta.

Para conseguir a liberdade provisória do cliente, o advogado Jacson Yamashita, apresentou laudos e atestado informando que José sofre de esquizofrenia. Porém, a juíza entendeu que não era competência dela decidir sobre o fato e manteve José preso. "Agora, o processo será redistribuído para o juiz da causa resolver se o ex-tenente será liberado para tratamento", explicou a defesa. José deve aguardar a decisão da Justiça no Presídio Militar, onde está desde ontem.

Caso - Apontado como o mentor do furto do cadáver da ex-namorada, Rosilei Potronieli, 37 anos, num suposto pacto pós-morte, José foi “apresentado” por telefone na sexta-feira (15) para a Polícia Civil e seria interrogado nesta terça-feira (dia 19) pela delegada Nelly Macedo, que investiga o furto. 

José Gomes soube da morte de Rosilei, por quem tinha fixação, quando deixou a prisão na segunda-feira (11). Ele estava preso em Terenos por ameaça à ex-namorada, pois não aceitava o fim do relacionamento. Em liberdade provisória e proibido de frequentar bares, José Gomes foi flagrado dirigindo sob efeito de álcool na noite de domingo (17), na Rua Joaquim Nabuco, no Bairro Amambaí, região Central de Campo Grande.

Assassinato -  No dia 9 de fevereiro, Rosilei foi esfaqueada num bar de Terenos, a 25 km de Campo Grande. Ela chegou a ser trazida para a Capital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo (10). Autor do homicídio, Adailso Couto, foi preso após apresentar-se à polícia. 

Primeiro, a mulher foi sepultada na noite de 11 de fevereiro, no cemitério de Dois Irmãos do Buriti. No entanto, na madrugada do dia seguinte, o corpo foi furtado. O cadáver foi localizado na última quinta-feira (14), enterrado na chácara de José Gomes, que fica em Campo Grande, na saída para Três Lagoas.

O episódio do furto, que assombra por mostrar uma mulher sem paz em vida e nem depois da morte, começou a ser desvendado graças as imagens de segurança que revelaram a entrada de um carro no cemitério. Primo de José, Edson Maciel Gomes detalhou para a Polícia Civil toda a ação para o furto do corpo. Ele também responde pelo crime em liberdade. O corpo de Rosilei foi sepultado, pela terceira vez, no fim de semana.

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