"Juninho Burguês" e grupo teriam arrombado mais de 60 veículos

Quadrilha que agia há cerca de 16 anos em Campo Grande comandada por Milton Motta Junior, o “Juninho Burguês”, de 48 anos, e a esposa dele, Áurea Batista da Rocha Tanikawa, 37, foi desarticulada após investigação da Polícia Civil. A suspeita da Polícia é de que mais de 60 veículos tenham sido arrombados pelos criminosos, presos no dia 20 de julho.

De acordo com a titular da 3ª Delegacia de Polícia da Capital, Priscila Anuda, as investigações começaram em janeiro deste ano. Contudo, foram identificadas vítimas da quadrilha desde o ano de 2007. Até o momento, pertences foram restituídos a 21 pessoas.

Quatro pessoas foram presas e um adolescente apreendido durante a investigação, sendo eles: Rubens Eduardo Rodrigues Vieira, de 19 anos, Ana Beatriz Feliciano Maurício, de 18, Milton Mota e a esposa, Áurea Batista. O veículo utilizado nos furtos, um Chevrolet Onix branco, foi localizado no Bairro Taveirópolis.

O Campo Grande News noticiou três ocorrências com veículos em que são atribuídos os furtos ao casal somente no mês passado. Na Rua Cacildo Arantes, próximo ao Parque das Nações Indígenas, câmeras registraram o furto de dentro de um Nissan Versa  de dois celulares, um carregador de bateria portátil e uma máquina de passar cartão. No dia anterior (18), o furto foi em um Honda City, estacionado na mesma rua. Desta ocorrência foram levados um computador portátil, mochila, certidão de nascimento e cartão de vacina de uma criança.

No dia 25 de junho, o carro furtado foi um Jeep Compass, em que o militar da Aeronáutica José Leonel Ribeiro, de 61 anos, teve o pneu estepe, chave de rodas, triângulo de sinalização, perfume, manual, documento do carro, dois controles e chaves furtados. O furto ocorreu próximo ao Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na Avenida Afonso Pena, altura do bairro Amambaí.

Além dos objetos furtados nos veículos, como aparelhos celulares, carregadores de bateria portátil, os bandidos pegavam cartões de crédito para utilizar em conveniências e mercados.

Juninho Burguês - Em 2012, ele foi preso por policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) por envolvimento em roubos e furtos em Campo Grande, incluindo o roubo a uma agência do Banco do Brasil no ano de 2000 e que terminou com a morte de um policial militar. As investigações apontaram que Juninho ajudou a quadrilha, que veio de São Paulo, para cometer o roubo.

Ele também é acusado de integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital) e de participar de uma rebelião no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) em dezembro de 2008. No IPCG, ele assumiu a função de cantineiro, conquistou a confiança da direção do presídio e com isso conseguiu coordenar a rebelião, segundo foi informado à época. Após a rebelião, Juninho foi transferido para o Presídio de Segurança Máxima, onde permaneceu por 5 anos.

Pertences - Em balanço parcial divulgado nesta terça-feira (1º), a polícia informa que no local onde ocorreu a prisão do grupo foi encontrado "vasto material de origem não comprovada, além de dois veículos, um utilizado para a prática dos crimes e outro objeto de um roubo ocorrido nesta cidade".

O processo de identificação das vítimas já começou e até esta segunda-feira (31), 21 já tiveram seus objetos restituídos. Ainda restam diversos objetos a serem devolvidos às vítimas, existindo a expectativa de que mais de 40 furtos ocorridos em Campo Grande sejam solucionados.

"Visando dinamizar os procedimentos, a Polícia Civil solicita que as vítimas de furtos ocorridos mediante arrombamento em veículo que compareçam na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande para identificação dos pertences apreendidos".

Ainda, a polícia orienta que os proprietários evitem deixar objetos de valor dentro dos veículos e sempre é importante conferir se as portas estão travadas.

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