Junta afirma que pagou R$ 20 milhões em dívidas ao assumir Santa Casa
Membros da junta interventora participaram de reunião nesta quarta na Câmara Municipal
Depois da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), ex-administradora da Santa Casa, participar de reunião na semana passada com os vereadores da Capital, nesta quarta-feira foi a vez de membros da junta interventora comparecerem à Câmara Municipal.
Fizeram uso da tribuna o presidente da junta interventora, Jorge Martins, e o diretor financeiro Edson da Mata, que apontou cerca de R$ 20 milhões em dívidas liquidadas logo que a junta assumiu a Santa Casa.
Conforme apresentado pelo diretor, foram liquidados empréstimos bancários na ordem de R$ 12 milhões, adiantamentos dos convênios em R$ 2,7 milhões, pendências com fornecedores por meio de acordos judiciais em R$ 6 milhões, além de encargos junto à Receita Federal: R$ 20 milhões (parcelado em 20 anos).
Edson mostrou números do maior hospital público de Mato Grosso do Sul em cinco anos, de 2005 a 2010, e garantiu que a situação era bem pior em 2004, quando havia, segundo ele, 13º atrasados, boicote de fornecedores e dívidas acumuladas.
Jorge Martins, por sua vez, expôs relatório que mostra a gestão na Santa Casa antes e depois da junta interventora. A reclamação que o hospital atende não só pacientes do Estado como de outros, além de paraguaios e bolivianos, voltou aos discursos.
Conforme Jorge Martins, até a intervenção ser totalmente oficializada, a Santa Casa passou por deficiências sérias. “A junta esta desde 2007 cumprindo as determinações e prestando contas para o cidadão. Temos capacidade física para atender. São 598 leitos. Em 2010 foram registrados 643 mil exames em 2010”, disse, segundo informações do site da Câmara Municipal.
Os debates fizeram o presidente da Casa, vereador Paulo Siufi (PMDB), comprometer-se a realizar uma audiência pública para analisar possíveis soluções para o caos que pacientes encontram no hospital.
Em uso da palavra, o vereador Paulo Pedra (PDT), que falou, na semana passada, sobre CPI para investigar a Santa Casa, sugeriu hoje que a junta elabore um site com os dados financeiros.
Contraponto - Na semana passada, o presidente da ABCG, Wilson Peslenco, criticou a gestão da junta interventora. Entre os dados apresentados, afirmou que a dívida em 2004 era de R$ 38 milhões e saltou para R$ 88 milhões em 2009. A estimativa do presidente é de que esteja em pelo menos R$ 115 milhões. Já o repasse de recursos passou de R$ 24 milhões em 2000 para R$ 108 milhões no ano passado.