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Capital

Laudo nega estupro de irmãos de 9 e 11 anos, mas investigação continua

Pai e madrasta agrediram e torturaram psicologicamente as crianças para que elas mentissem sobre o caso

Danielle Valentim | 01/03/2019 10:34

Laudo pericial descarta que crianças de 9 e 11 anos foram estupradas pelo irmão de 16 anos. Além disso, o relatório psicossocial de atendimento do Ministério Público aponta que os dois irmãos mentiram após agressões e tortura psicológica praticada pelo pai biológico e madrasta, durante as férias. O menino de 9 anos chegou a levar um soco no olho, segundo o tio que possui a guarda das crianças.

Por imposição do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), para preservar as crianças e o adolescente, o nomes não serão divulgados.

O assistente social de 29 anos possui a guarda dos sobrinhos desde o falecimento da mãe, em 2013. Ele foi intimado pelo promotor Nicolau Bacarji Junior, da 33ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, que informou sobre a negativa do laudo e o arquivamento da denúncia. O Campo Grande News confirmou a informação com a assessoria do MP.

Conforme o tio, o pai biológico inventou a história para conseguir pensão da mãe das crianças. Indignado, o assistente social quer que genitor e madrasta sejam investigados e respondem pela calúnia ao sobrinho de 16 anos e aos maus tratos contras as crianças, durante o período de férias.

“As crianças contaram na sexta-feira toda a verdade e o promotor arquivou a denúncia. O pai que inventou e começou a maltratar as crianças para conseguir a pensão. Nem eu nunca requeri a pensão. Mochilas da escola e roupas ainda estão lá e ela não devolve”, disse.

O delegado Fábio Sampaio, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), ainda aguarda o relatório de atendimento do Conselho Tutelar e também do setor psicossocial do MP, mas garante que as investigações continuam.

“Mesmo com o laudo de corpo de delito negativo temos de descobrir quem mentiu. A investigação ainda não acabou”, disse.

A delegada Marília de Brito da Depca (Delegacia Especializa de Proteção à Criança e ao Adolescente) pontua que caso seja confirmado a invenção da história cabe a investigação de calúnia do pai das crianças contra o adolescente de 16 anos.

As crianças já voltaram a morar com o tio.

O caso - As duas crianças moram com o tio materno e o irmão por parte de mãe, desde que a genitora faleceu em 2013. Há dois meses, os irmãos foram para a casa do pai passar as férias.

No dia 17 de fevereiro, as vítimas teriam dito à madrasta que não queriam voltar a morar com o tio, pois eram abusadas pelo irmão mais velho e obrigadas a usarem pasta-base de cocaína.

O pai tirou satisfação com o tio das crianças, que rebateu que as crianças estariam sendo pressionadas a contar mentiras. Em razão disso, o Conselho Tutelar e a Polícia Militar foram acionados. As crianças foram entregues pelo Conselho Tutelar a uma tia materna.

 

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