Longe do conforto, 12°C de frio é dia comum, até para lavar roupa

Quando o frio chega, para quem vive nos bairros carentes da cidade, não tem opção: o jeito é encarar a temperatura baixa para fazer as tarefas domésticas. Durante o dia, o serviço não para e à noite, quando o vento esfria ainda mais, as famílias dão seu jeito para proteger principalmente as crianças e idosos.

Nesta manhã (10), no Residencial José Teruel, na saída para São Paulo, famílias lavavam roupas e disputavam o calor do sol para se aquecer. Fazia 12°C quando Gleice Kelly da Silva, de 28 anos, trabalhadora na construção civil, lavava roupas. Segundo a moradora, ontem havia sido ainda pior.

“Por conta das crianças, o chuveiro é elétrico, mas para lavar louça não esquento água. Como não tenho roupa para lavar na mão só separo para colocar na máquina, ontem não lavei roupa por causa da falta de sol”, disse.

A moradora Romilda Mendes, 62 anos, lavava a louça quando a reportagem chegou. “Tem que encarar mesmo, não tem o que fazer.  Ainda por cima entra vento no barraco e não tem para onde correr. Para aliviar frio, eu saio para o sol para esquentar”, comentou.

Uma família de bolivianos também faz parte da comunidade. Se reuniam para tomar café, Márcia Surubim, de 75 anos, e os filhos Márcio Surubim, 55 anos e Aida Chaves, de 45 anos.

“Tem que esquentar água para lavar a louça, não tem jeito”, disse Ainda. “Ou esperar a primeira água correr, logo depois vem uma mais quentinha”, completa.

“Para o banho, também é preciso esquentar água, senão não aguenta”, disse Marcio. “Entra muito vento no barraco e tem que se enrolar, lavar é muito difícil”, finaliza.