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Capital

Lutador de 140 quilos espancou até a morte vítima que pesava apenas 70

Liana Feitosa e Renan Nucci | 19/04/2015 09:32
Lutador veio a Campo Grande para participar de competição de Jiu-jitsu. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Lutador veio a Campo Grande para participar de competição de Jiu-jitsu. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Para a polícia, não existem dúvidas de que Rafael Martinelli Queiroz, de 27 anos, espancou Paulo Cézar de Oliveira, 49, até a morte no hotel Vale Verde, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Amambaí. O crime ocorreu na noite deste sábado (18).

"Não há dúvidas quanto à autoria do crime. Temos plenas convicções de que Rafael matou Paulo de maneira cruel, que impressiona até mesmo a polícia, sem motivos aparentes", afirmou o delegado Tiago Macedo dos Santos, que atendeu o caso na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

No quarto da vítima, foi encontrado um boné do autor e, ao ser abordado pela Polícia Militar, Rafael apresentava vestígios de sangue no corpo e na roupa.

Além disso, câmeras do circuito interno de segurança do hotel ajudaram a polícia na elucidação da sequência dos fatos.

Autor - Rafael tem quase dois metros de altura e pesa 140 kg. Lutador profissional, é faixa preta de jiu-jitsu e, em 2008, chegou a conquistar o título mundial pelo esporte. Já Paulo, pesava cerca de 70 quilos e 1,68 de altura.

Natural de Araçatuba (SP), o lutador atualmente mora em Valparaíso (SP) e veio a Campo Grande para participar de evento que ocorreu ontem à noite (18) no Círculo Militar. Chegou na Capital ontem mesmo e se hospedou no hotel junto com a namorada.

No entanto, não chegou a participar da competição por motivos que ainda a polícia está investigando. O autor foi até o local do evento, mas foi levado de volta ao hotel por um amigo.

No meio do caminho, segundo o delegado, ele comentou com o amigo que desconfiava de que a namorada está grávida de outro homem.

O casal rompeu o relacionamento, ficaram dois meses separados e, recentemente, reataram o namoro, quando a mulher contou que estava grávida de dois meses.

Ao chegar no hotel, por volta das 22h, foi até o quarto 221, no segundo andar, onde estava hospedado com a namorada e começou a discutir com ela. Durante a briga, ele a agrediu. Desesperada, a mulher fugiu e pediu ajuda na recepção do hotel.

Descontrolado, Rafael saiu do quarto, quebrando tudo o que via pela frente, inclusive nos corredores, destruindo lâmpadas e outros objetos.

Vítima aleatória - Foi quando bateu na porta do quarto 216, onde Paulo estava hospedado. A polícia não descarta que Rafael procurava pela namorada quando agrediu Paulo. Ao abrir a porta, Paulo foi surpreendido por Rafael, que empurrou a porta e já o espancou.

Em seguida, Rafael usou uma cadeira de madeira para acertar Paulo no rosto. "Realmente a violência impressiona. Ele estava descontrolado e fez prevalecer sua força física para espancar a vítima até a morte", disse o delegado.
Enquanto o lutador batia em Paulo, funcionários do hotel já haviam pedido ajuda e a polícia estava à caminho, já que, pelos barulhos, o autor poderia ser responsabilizado por danos ao patrimônio.

Após cometer o crime, Rafael desceu até á recepção do hotel e entregou uma correntinha para uma funcionária, e disse que era de um hóspede. Quando estava saindo do hotel, a polícia abordou Rafael e o questionou sobre as depredações.

Confissão - Nesse momento, ele confessou que tinha batido em um homem, mas não sabia como estava a vítima, se viva ou morta. Ao subir até o quarto de Paulo, a polícia verificou sua morte.

Foram, então, acionados plantonistas da Polícia Civil, Batalhão de Choque e da Força Tática da PM para conter Rafael. Ele foi levado para o Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), onde está preso.

O lutador será indiciado por quatro crimes: homicídio qualificado, por ter dificultado a defesa da vítima e por ter sido cometido por motivo fútil. Além disso, vai responder também por lesão corporal (violência doméstica), devido à agressão contra a namorada, e por dano qualificado, por destruir o hotel.

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