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Capital

Mãe de adolescente morto a tiros acredita que mais pessoas estão envolvidas

Renan Nucci | 10/12/2014 11:49
Jaqueline mostra foto antiga que fez com o filho ainda criança. (Foto: Renan Nucci)
Jaqueline mostra foto antiga que fez com o filho ainda criança. (Foto: Renan Nucci)
Delegado mostra foto do acusado de matar o adolescente. (Foto: Marcelo Calazans)
Delegado mostra foto do acusado de matar o adolescente. (Foto: Marcelo Calazans)

Mesmo depois da prisão do responsável pela morte do adolescente Alex Thadeu Figueiredo Schons de Oliveira, 17 anos, a mãe da vítima, Jaqueline Brites Figueiredo, 42 anos, acredita que a história vai além do que foi descoberto até agora. Ela reconheceu o trabalho do delegado Fábio Anderson Ribeiro Sampaio, da 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, mas diz ter certeza de que outras pessoas estão envolvidas no homicídio.

Ontem (09), o delegado apresentou o mecânico Rodrigo dos Reis Silva, 24 anos, acusado de ter matado Alex na noite do dia 13 de setembro, em um mata na Chácara dos Poderes. As investigações apontam que Rodrigo executou o menor porque acreditava que ele havia lhe roubado R$ 7 mil. Em depoimento, o autor negou os fatos e disse que agiu motivado por ciúmes de sua ex-namorada, com quem Alex supostamente estaria se envolvendo.

Segundo Sampaio, os dois mantinham um esquema de distribuição de entorpecentes, e eram pessoas bem próximas. No dia do crime, acreditando que havia sido roubado, o mecânico planejou a vingança e chamou o garoto para ajudá-lo em uma suposta compra de carro. Eles iriam se encontrar com o proprietário do veículo na Chácara dos Poderes. Chegando ao local, Rodrigo matou a vítima com três tiros, e depois fugiu com a moto dela.

Ele foi preso na manhã de segunda-feira (08), na oficina do pai, localizada na Avenida Fernando Corrêa da Costa, no Centro, ao lado de uma loja de som automotivo onde Alex trabalhava – foi assim que a dupla ficou amiga, há cerca de dois anos. De acordo com Jaqueline, mais pessoas podem ter participado da morte do filho. “Estou bastante satisfeita com o trabalho da polícia. O delegado agiu corretamente e fez a coisa certa, mas eu ainda acho que Rodrigo não fez isso sozinho. Tenho certeza de que ele recebeu a ajuda de mais pessoas”, disse.

Sobre o dinheiro supostamente roubado, Jaqueline diz que nunca viu nada com o filho, mas reforça que, independentemente do que ele possa ter feito, o garoto foi aliciado. “Ele foi aliciado enquanto trabalhava. Eu sempre o vigiava e só ficava tranquila quando ele estava trabalhando, pois sabia que lá ele não estaria se envolvendo com coisa errada. Agora que recebi esta notícia, peço que o assassino responda por isso também, por aliciamento. O menino sempre foi trabalhador e nunca precisou roubar ninguém. Que isto sirva de alerta para os outros pais”, lembra a mãe.

Jaqueline conta ainda que, depois do ocorrido, viu uma “moto preta grande”, semelhante à Honda Hornet 600cc apreendida junto ao autor, rondando sua casa na Vila Ipiranga e por este motivo, fica receosa. “É por essas e outras que eu digo que tem mais gente envolvida nisso. Não estamos sossegados, ficamos com o sentimento de que qualquer coisa ruim pode acontecer com a gente. Mas eu acredito na polícia e do mesmo jeito que prenderam Rodrigo, vão descobrir outros envolvidos”, completou.

As investigações estão praticamente concluídas, o inquérito soma mais de 700 páginas e deve ser relatado nos próximos dez dias. Segundo o delegado da 3ª DP, mais de 20 pessoas já foram ouvidas e resta apenas a apreensão da arma, que foi jogada em um córrego. Além do homicídio, o assassino vai responder também por tráfico e venda ilegal de anabolizantes. No ato da prisão em ele foi flagrado com porções de cocaína e seis embalagens de anabolizantes.

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