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Capital

Mães condenam novo horário de aulas em creches e temem perder emprego

Alan Diógenes | 09/12/2014 17:48
Mudança de horário irá acontecer em 58 Ceinfs e atingir 1.160 crianças. (Foto: Marcelo Calazans)
Mudança de horário irá acontecer em 58 Ceinfs e atingir 1.160 crianças. (Foto: Marcelo Calazans)

Mães de alunos do pré-escolar não receberam bem a notícia da Prefeitura Municipal de Campo Grande que decidiu reduzir o horário das aulas nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) de 8h para 5h diárias. Algumas delas trabalham em período integral, não possuem condições de pagar uma babá para cuidar das crianças e temem terem que largar o emprego por conta da mudança.

Este é o caso da cuidadora de idosos Ana Claudia Henrique Correia, 29 anos, que tem um filho pequeno na creche do bairro Estrela Dalva. Trabalhando durante todo o dia, ela não tem familiares na cidade para cuidar do filho e não sabe o que fazer quando a mudança de horário entrar em vigor. “Moro sozinha com ele, agora não sei quem pode cuidar dele nesse período que estiver fora da creche. O pior é que também não tenho condições de pagar alguém. Ainda não pensei no que vou fazer”, explicou.

Conforme a Semed (Secretaria Municipal de Educação) com a mudança do horário vai ser possível oferecer mais de mil vagas na educação infantil na Capital. Mesmo sabendo deste argumento, a diarista Neide Duarte, 45, acredita que existe outras formas de acabar com o déficit de vagas.

“Essa medida está incorreta, o certo seria eles construírem mais Ceinfs para atender um número maior de crianças. Ninguém trabalha meio período e sim o dia todo, e aí como os pais irão fazer. As únicas pessoas que trabalham meio período são servidores que trabalham em órgãos públicos, ou seja, somente eles não irão sofrer com essa mudança”, destacou.

Morando sozinha com o filho, Ana Cláudia não sabe quem vai cuidar da criança durante um período. (Foto: Marcelo Calazans)
Morando sozinha com o filho, Ana Cláudia não sabe quem vai cuidar da criança durante um período. (Foto: Marcelo Calazans)

Para a estudante Letícia Silva, 28, o aprendizado e o desenvolvimento das crianças ficará prejudicado com a alteração de horário. “Em período integral elas ficam o dia todo na creche, comem, tomam banho e brincam com os colegas, isso ajuda no crescimento social delas. Diminuindo o horário, esse rendimento que elas tem ficará prejudicado”, informou.

Já para a dona de casa Elisângela Blancon, 23, a medida não vai acabar com o defícit de vagas por que a demanda de crianças cresce a cada dia. “Não é desta forma que eles irão conseguir acabar com o problema, por que nasce crianças o tempo todo na cidade. Sem falar que a gente paga imposto e o serviço não é de graça, ninguém aqui está fazendo favor para ninguém”, finalizou.

Com a mudança, no período da manhã, as crianças entrarão às sete horas e sairão ao meio-dia, depois de almoçarem. À tarde, o turno começará às 13 horas e irá até às 17 horas, depois de receberem a última refeição. As crianças com idades entre 0 a 3 anos ainda continuarão no Ceinfs em período integral. Atualmente, estão em construção 21 centros, dos quais 13 devem ser entregues em 2015.

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