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Capital

Mães tomam coragem e denunciam maus-tratos em mais creches

Mulheres dizem ter fotos e gravações em áudio e vão dar mais detalhes nos próximos dias

Anahi Zurutuza e Waldemar Gonçalves | 02/08/2016 16:23
Funcionária de creche foi filmada gritando com crianças enquanto elas dormiam (Foto: Reprodução)
Funcionária de creche foi filmada gritando com crianças enquanto elas dormiam (Foto: Reprodução)

Mais casos de maus-tratos tendo como vítimas alunos de creches municipais devem vir à tona nos próximos dias. Depois que vídeo mostrando recreadora de um Ceinf (Centro de Educação Infantil) de Campo Grande maltratando crianças foi divulgado, na semana passada, mães de alunos de outras unidades denunciam histórias semelhantes, que também envolvem medo de retaliações e, além da violência, problemas estruturais crônicos nos prédios onde os filhos passam o dia.

Segundo relatos a que a reportagem teve acesso, as mães garantem ter fotos e gravações em áudio comprovando as denúncias. Além dos maus-tratos, há casos em que crianças têm de conviver com formigueiros espalhados pela creche, falta de área coberta para atividades de recreação e, em uma das unidades, fossa aberta representa risco de acidentes.

Mães e funcionários que presenciaram ou ficaram sabendo destas situações temem denunciar casos à Semed (Secretaria Municipal de Educação) por medo de represálias – que empecilhos sejam impostos para filhos permaneçam nas creches e demissões, respectivamente. Por isso, procuraram a imprensa.

Até o momento, não se sabe quantos funcionários estariam envolvidos nestes casos. Consta que parte das denúncias chegou a ser investigada pela Prefeitura, mas, as mães reclamam da demora na tomada de providências ou decisões equivocadas, como a transferência de funcionários não envolvidos nos casos de maus-tratos, gerando receio por parte dos trabalhadores em denunciarem os colegas.

A assessoria de imprensa da Prefeitura foi procurada para comentar o assunto. Se comprometeu a enviar posicionamento oficial ainda nesta terça-feira.

Primeiro caso – Em maio deste ano, a educadora Iara Freiras, denunciou uma colega de trabalho que agrediu crianças no Ceinf (Centro de Educação Infantil) Maria Cristina Ocáriz de Barros, no Jardim Tijuca 2 – situado na região sudoeste de Campo Grande. Iara afirma que observou a outra funcionária por ao menos um mês e que, depois da denúncia, ela sofreu perseguição da chefia da unidade.

A denunciante trabalhava no Ceinf do Tijuca desde fevereiro e foi demitida no mês passado. Em maio, ela filmou e repassou gravação para uma amiga, diretora em outra creche e autora da denúncia feita à Semed, que resultou na demissão da agressora.

Em nota, a prefeitura afirma que Iara foi demitida pois era contratada por meio do convênio com a Seleta, entidade com quem a prefeitura tem convênio, mas foi obrigada pela Justiça a acabar com todos os contratos terceirizados até janeiro do próximo ano.

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