Média de multas e queda de acidentes deixam Capital perto de meta da ONU
Em 9 anos, Campo Grande já reduziu mortes no trânsito em 45%
A ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu meta de reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020. Embora a impressão de quem percorre as ruas e avenidas de Campo Grande possa ser outra, a Capital está próxima do objetivo. As estatísticas de multas e registros de acidentes ilustram a tendência.
Dados do GGIT (Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito), formado por Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) e outras entidades, apontam para 72 mortes no trânsito de Campo Grande em 2019, segundo menor índice desde 2011. O recorde no período pertence a 2017, com 70 óbitos.
O maior número é de 2011, com 132 mortes, estatística que, confrontada com o ano passado, configura redução de 45%.
Para a diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho, as medidas integradas têm contribuído para minimizar as estatísticas negativas.
“Em Campo Grande nós temos o programa Vida do Trânsito e o GGIT, que nos motivam a trabalhar de forma coordenada na análise dos acidentes com vítimas e fatores causadores. Esse trabalho nos leva fazer ações pontuais onde são identificados os problemas e temos atingindo o efeito desejado, com redução no número de mortes”, diz.
Para bater a meta da ONU, Campo Grande não pode registrar mais que 66 óbitos em 2020.
Além da queda nas mortes, dados do Detran-MS mostram recuo de 49% na quantidade de acidentes de trânsito na Capital. Em 2018, foram constatados 8.584 casos. O número despencou para 4.364 no ano passado.
Multas - Elijane também credita às ações e campanhas educativas o índice baixo de multas por condutor habilitado na Capital, que, em 2019 foi de 1,003 infrações por motorista.
O indicativo fica abaixo do registrado em capitais de população similar à de Campo Grande, como João Pessoa, com 1,39 multas por condutor.
Na região Centro-Oeste, Goiânia (1,48) e Brasília (1,32) têm índices mais elevados que o da Capital sul-mato-grossense.
“Considerando que a fiscalização tem aumentado em Campo Grande, com equipes de fiscalização do Detran-MS e Agetran, Batalhão de Trânsito da PM, acredito que o índice baixo de multas por motorista seja fruto do trabalho de educação de trânsito, das mensagens educativas, da boa formação do condutor nas parcerias com os centros de formação”, avalia a diretora.
“Não tem como afirmar qual ação é mais significativa, mas a gente aposta que seja a educação. Existem pessoas que melhoram seu comportamento espontaneamente, quando recebem a mensagem do que é o melhor. Outras têm comportamento modificado pelo medo de ser autuado”, continua.
Segundo informou o Detran-MS, 432.137 multas foram aplicadas em Campo Grande no ano passado. Do total, 201.577 por excesso de velocidade.
Ainda de acordo com estatísticas do departamento estadual, a Capital entrou em 2020 com 430.719 condutores habilitados.