"Medo dela matar eles", diz pai de crianças que fugiram da mãe e pediram socorro
Com medo da mãe, crianças fugiram de casa e foram socorridas pela polícia em frente ao Colégio Militar
Acompanhadas do pai e ainda bastante assustadas, as crianças de 8 e 14 anos, que fugiram da mãe na noite deste domingo (21) e pediram socorro em frente ao Colégio Militar, foram ouvidas na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), na manhã desta segunda-feira (22). O pai afirma que as agressões são constantes e os filhos estão com medo. "Medo dela matar eles", afirma.
O motorista de 41 anos conversou com o Campo Grande News, enquanto aguardava as crianças do lado de fora da delegacia. Ele conta que está separado da mãe das crianças há cerca de três anos e que fizeram um acordo referente a guarda e pensão. "Fizemos acordo na Justiça itinerante que ela ficaria com a guarda. Eu pago 300 reais em pensão, compro alimento, roupa e pago o dentista", afirma.
No entanto, desde a separação, as agressões se tornaram recorrentes. "Desde a separação, as agressões com as crianças são frequentes. Ela fala que não vai dar em nada, porque ela tem problemas mentais, que ninguém tira os filhos dela", fala o homem.
O pai ainda afirma que já buscou tratamento para a ex-mulher. "Quando éramos casados, levava ela pra fazer tratamento, ela tem depressão. Acordava à noite com vontade de matar a gente e depois se matar. Toda vez que eu vou lá, ela joga água, terra em mim, pedra no carro", diz o homem. Além disso, o pai relatou que as crianças ficam sozinhas frequentemente.
Após o episódio da noite deste domingo, o motorista afirma que pretende pedir a guarda dos filhos. "Quando deixei eles na casa dela, depois liguei perguntando se estava tudo bem. Antes que eu chegasse na minha casa, ele já me ligou pedindo socorro. Quero eles, quero cuidar deles e é o que eles querem também", pondera.
O caso - As crianças passaram o fim de semana na casa do pai e, neste domingo, voltaram para a casa da mãe, que tem a guarda. A mulher começou a ameaçá-las e estaria com uma faca na mão, então, as crianças fugiram da residência.
Os irmãos seguiram até a frente do Colégio Militar da Capital, na Avenida Presidente Vargas, onde começaram a pedir ajuda no meio da rua. Um guarda foi quem acionou a Polícia Militar. Ao chegarem, os militares constataram que a mãe já estava com as crianças, que se negavam a voltar para casa com ela, afirmando terem medo.
O pai então foi acionado pela polícia. De acordo com o boletim, ele alegou que a mulher é agressiva, sofre com depressão e já tentou suicídio na frente das crianças.
