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Capital

Menino de 3 anos tem orelha cortada com tesoura por colega dentro de Emei

Caso foi registrado na Polícia Civil como maus tratos; secretaria de Educação afastou 3 profissionais e abriu sindicância

Silvia Frias | 07/11/2019 10:09
Inicialmente, mãe foi informada que filho foi mordido, mas ferimentos não são compatíveis (Foto/Reprodução)
Inicialmente, mãe foi informada que filho foi mordido, mas ferimentos não são compatíveis (Foto/Reprodução)

A mãe de menino de 3 anos foi à Polícia Civil para denunciar agressão provocada por colega dele, também de 3 anos, dentro de Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) na Moreninha III, em Campo Grande. A criança teve parte da orelha direita cortada com tesoura.

O caso foi registrado como maus tratos e será investigado pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). A secretária Municipal de Educação Elza Fernandes Ortelhado informou esta manhã que uma professora e duas assistentes educacionais foram afastadas das funções e sindicância será aberta para apurar responsabilidades.

A manicure de 17 anos, mãe da criança, disse ao Campo Grande News, que foi avisada na terça-feira (5), por volta das 10h que o filho havia levado mordida na orelha e estava machucado. Ao chegar na Emei Neida Gordin Freire, encontrou o filho sangrando e em choque.

Menino de 3 anos estava no Emei na Moreninha quando foi ferido (Foto/Reprodução)
Menino de 3 anos estava no Emei na Moreninha quando foi ferido (Foto/Reprodução)
Menino ainda pode ser submetido à cirurgia plástica (Foto/Reprodução)
Menino ainda pode ser submetido à cirurgia plástica (Foto/Reprodução)

A diretora da escola os levou para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Moreninha III. Durante o atendimento, a jovem perguntou para o filho se algum coleguinha o havia mordido. “Não, mãe, o coleguinha cortou a minha orelha com tesoura”.

Segundo a jovem, a enfermeira também disse que os ferimentos não pareciam ser decorrentes de mordida. O menino precisou ser transferido para Santa Casa de Campo Grande, onde o laudo apresenta que ele sofreu “lesão corto-contusa em orelha direita”.

“Agora meu filho está aqui em casa, sofrendo com os pontos na orelha dele”. A mãe disse que o corte atingiu a cartilagem e ainda há possiblidade do menino ser submetido à cirurgia plástica. O garoto ainda não contou para mãe exatamente o que aconteceu, mas o colega que o feriu já foi identificado.

Ontem à noite, indignada, ela postou nas redes sociais o que havia acontecido e reclamou da atitude inicial. “As professoras do Ceinf disseram que ninguém lá tem culpa”. Em reunião com a diretora do Emei, a jovem criticou também que a mãe do outro menino não compareceu e nem se posicionou sobre o fato.

A jovem relatou à reportagem que há um mês o filho vem relatando episódios em que foi empurrado ou alvo de xingamentos pelo mesmo garoto que o cortou ontem. A mãe desse menino teria sido chamada outras vezes, mas ignorava os pedidos. “Penúltimo caso meu filho chegou com roxo na cabeça, aí, no outro dia, isso”.

“Eu espero que eles se responsabilizem pelos erros deles. Não quero indenização, quero médico, quero apoio e ainda processar a creche para que não ocorra isso com outras crianças. Hoje foi meu filho, se não levar a sério, vai ser quem?”, reclamou.

Hoje, por meio de assessoria, a secretária informou o afastamento e abertura da sindicância. “É inadmissível que, com três adultos, duas crianças saíram e ninguém viu”.

A reportagem não conseguiu contato com a delegada Anna Karine Trevisan, da Depca, para falar sobre o andamento da investigação. O caso foi registrado como maus tratos, se praticado por menos de 14 anos.

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