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Mesmo aos 19 anos e sem comorbidades, Caio enfrentou covid intubado por 20 dias

Ele ficou 43 dias internado em estado grave e hoje teve alta, com direito a muita comemoração

Mariana Rodrigues | 23/04/2021 17:59
Familiares e amigos foram até o hospital, com balões, um violão e muita emoção esperar a saída de Caio Liberalino e Silva Rodrigues, 19 anos. (Foto: Marcos Maluf)
Familiares e amigos foram até o hospital, com balões, um violão e muita emoção esperar a saída de Caio Liberalino e Silva Rodrigues, 19 anos. (Foto: Marcos Maluf)

Ao som de louvores e muita emoção, familiares e amigos de Caio Liberalino e Silva Rodrigues, 19 anos, aguardavam sua saída do Hospital Regional, na tarde desta sexta-feira (23). A pouca idade parecia a segurança contra a doença, mas foram 43 dias internado com covid,  20 deles intubado, em estado grave.

Os amigos e familiares esperaram na recepção do hospital com bexigas brancas e pretas, cor do seu time, o Corinthians, balões em forma de coração, dizendo “eu venci” e louvores que diziam que “Deus era um Deus de milagres, caminho no deserto e luz na escuridão”. Assim que Caio saiu, foi impossível segurar as lágrimas.

A recuperação de Caio é considerada um verdadeiro milagre, ele que não tem comorbidades e também pratica esporte, viu seu quadro evoluir rapidamente. O único sintoma que ele sentiu foi um cansaço após um treino de taekwondo. Ao relatar esse cansaço para sua mãe, ela o levou para fazer um exame de raio x, tudo isso ocorreu no dia 11 de março.

Paula Karine Liberalino, 40 anos, conta que os dias de internação foram de aflição, a cada dia ela via o filho piorar, mas tinha fé que saíria curado. (Foto: Marcos Maluf)
Paula Karine Liberalino, 40 anos, conta que os dias de internação foram de aflição, a cada dia ela via o filho piorar, mas tinha fé que saíria curado. (Foto: Marcos Maluf)

Como havia pouca alteração no seu exame e o cansaço não era comum, a secretária Paula Karine Liberalino, 40 anos, mãe de Caio, o levou no dia 11 de março para fazer uma tomografia. “Na tomografia apontou que ele estava com 50% dos pulmões comprometidos e já o levamos para o Hospital Regional onde ficou internado”, conta a mãe.

Paula conta que os dias de internação foram de aflição, a cada dia ela via o filho piorar e encontrou forças na fé e nas orações que fazia todos os dias no hospital, mesmo sem poder ver o filho, para que ele melhorasse. “Dentro dos 20 dias (intubado) ele apresentou melhora da covid, mas contraiu uma superbactéria”.

Ainda conforme relato da mãe, ela não tinha coragem de acompanhar o boletim médico do filho e só hoje ficou sabendo que na semana do dia 24 de março, dia do seu aniversário, foi a semana que ele mais apresentou piora no seu quadro clínico. “No boletim dizia que ele corria risco de óbito, ele não regia ao tratamento com antibióticos”, conta.

Caio ainda na UTI (Unidade de Tratamento Intensido) covid do Hospital Regional, antes de receber alta. (Foto: Arquivo da família)
Caio ainda na UTI (Unidade de Tratamento Intensido) covid do Hospital Regional, antes de receber alta. (Foto: Arquivo da família)

“Ele é meu presente de aniversário, quando o vi hoje, ele me pediu desculpas por eu ter passado por isso no dia do meu aniversário, mas que culpa ele tem? Não havia esperança de cura para meu filho e Deus fez um milagre, não desejo isso para ninguém é uma sensação horrível”, lembra emocionada.

O pai de Caio, o representante de vendas Alexandro Souza e Silva Rodrigues, 42 anos, conta que várias pessoas se mobilizaram para orar pela recuperação do jovem “Fizemos campanhas, relógios de oração que mobilizaram várias igrejas evangélicas não só de Campo Grande, mas até no Japão oraram pela vida do Caio”.

Alexandro lembra que até os médicos e enfermeiros que acompanharam o Caio durante o período em que ficou internado diziam que apenas um milagre o salvaria. “Eles sempre diziam para que nós tivéssemos fé, que só um milagre poderia salvá-lo”.

Caio é um dos poucos casos da doença em jovens. Dos 9.092 casos notificados, apenas 95 são em jovens da faixa etária de 16 a 24 anos; dois não resistiram a doença, conforme informações da assessoria do Hospital Regional.

Caio e a avó, Norma Suely Souza e Silva, 61 anos, que não conteve as lágrimas e a saudade do neto. (Foto: Marcos Maluf)
Caio e a avó, Norma Suely Souza e Silva, 61 anos, que não conteve as lágrimas e a saudade do neto. (Foto: Marcos Maluf)

Ao ver o neto, dona Norma Suely Souza e Silva, 61 anos, não conteve as lágrimas e pediu para abraça-lo. “Eu te amo muito, nunca perdi a fé de que ele sairia curado, rezava todos os dias pela recuperação dele”.

Ainda debilitado e vestindo a camisa do time do coração, o Corinthians,  Caio falou que foi difícil ficar longe da família, mas “agora o momento é de gratidão pela vida”, diz o jovem.



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