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Capital

Montanha de terra vira transtorno para moradores no Jardim Carioca

Terreno é usado como depósito de terra; Sisep pede compreensão, mas diz que obra é essencial

Por Silvia Frias e Antonio Bispo | 31/07/2024 11:19
Poeira sobre os carros estacionados em condomínio, no Jardim Carioca (Foto: Antonio Bispo)
Poeira sobre os carros estacionados em condomínio, no Jardim Carioca (Foto: Antonio Bispo)

O pedreiro Dejalma Barbosa, 66 anos, lembra quando os primeiros caminhões chegaram no terreno em frente ao Condomínio Jasmim, no Jardim Carioca e começaram a despejar terra e entulho de obra do entorno. Hoje, a montanha já chega a 8 metros e, segundo moradores, é causa de muita sujeira e transtorno.

“Antes, era um pasto com bois e vacas, agora, é um canteiro de obras”, disse o pedreiro, residente no condomínio há 10 anos.

Segundo os moradores do condomínio, dia e noite os caminhões levam terra para a área, das obras realizadas nos bairros Nova Campo Grande e São Conrado. Nos carros e motos estacionados no pátio é possível ver a camada de sujeira. Até aos domingos o trabalho é realizado e, além da sujeira, o barulho do vai e vem dos veículos e das caçambas também é citado como transtorno.

Montanha de terra em frente ao condomínio (Foto: Antonio Bispo)
Montanha de terra em frente ao condomínio (Foto: Antonio Bispo)

Dejalma diz que já conversou com funcionários da empresa, que, para remediar a situação, se comprometeram a jogar água na rua algumas vezes por dia para evitar que a poeira se levante. “Não é suficiente”, reclamou.

“Aqui tá impossível de se viver”, diz a carreteira Delvani Santana, 49 anos. “Não basta esse tempo seco, agora tem essa poeira mandando todo mundo para hospital”, disse, citando seu caso, em que teve que voltar a tomar remédio para alergia, gasto mensal de R$ 150.

Delvani gravou alguns vídeos em que mostra a cor da água depois da limpeza na casa.

O capataz Almir André Figueiredo Leal, 60 anos, também fala de problema de saúde, pneumonia agravada por conta da poeira e que o fez procurar atendimento em uma unidade de saúde. Recebeu alta há uma semana, mas diz que não consegue melhorar por causa do problema. “Vou acionar o MP [Ministério Público], isso é questão de saúde pública; eu não sei mais o que é ter janela e porta aberta na minha casa”, reclamou.

Em nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que entende a situação e pede a compreensão dos moradores. Esta é a obra de bacia de amortecimento, sendo a maior da cidade, com capacidade para reter 50 mil metros cúbicos de água da chuva, com objetivo de acabar com problema de alagamento.

Segundo a secretaria, como o lençol freático, a prefeitura investiu em drenagem. Para amenizar o problema, a empresa joga água na área, com uso de caminhão pipa, mas, com as altas temperaturas, é impossível manter o solo sempre molhado.

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