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Capital

Morta com 19 facadas, Fabiana foi obrigada pelo ex a ir até o local do crime

“Foi um crime de ódio”, disse nesta manhã a delegada Anne Karine Trevisan, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 11/12/2020 11:32
Wantuir quando sentou no banco dos réus, no dia 15 de outubro do ano passado (Foto: arquivo / Henrique Kawaminami) 
Wantuir quando sentou no banco dos réus, no dia 15 de outubro do ano passado (Foto: arquivo / Henrique Kawaminami)

No dia 4 deste mês, horas depois de receber a informação de que a ex-mulher havia solicitado medida protetiva, Wantuir Sonchini da Silva, 43 anos, foi até a casa de Fabiana Lopes dos Santos, 37 anos, e a obrigou a ir até o local onde foi morta com 19 facadas. “Foi um crime de ódio”, disse a delegada Anne Karine Trevisan, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (11).

O corpo da vítima foi encontrado na Rua Evelina Selingardi, a 300 metros da UTR (Usina de Triagem de Recicláveis), no Bairro Parque do Lageado. Após cometer o crime, Wantuir fugiu para Ribas do Rio Pardo, onde cometeu suicídio, 4 dias depois de assassinar a ex. O corpo dele foi encontrado pendurado pelo pescoço numa árvore, próximo ao Posto Aparecidinha, localizado no km 276 da BR-262, na tarde de terça-feira (dia 8).

Segundo a delegada, desde quando foi solto, em setembro deste ano, Wantuir passou a morar com os pais. Segundo depoimento deles à polícia, inicialmente o filho recebeu com tranquilidade a informação de que a ex havia solicitado medida protetiva. Mas bastou os dois saírem de casa para ele ir atrás da Fabiana.

A arma, provavelmente uma faca, utilizada no crime não foi encontrada. O pai chegou a dizer para a polícia que o filho tinha a intenção de se apresentar e indicou a localização dele em Ribas do Rio Pardo. A polícia foi até o local indicado, mas o suspeito não foi encontrado. Só foi localizado posteriormente, morto enforcado numa árvore.

Delegada Anne Karine durante coletiva de imprensa nesta manhã (Foto: Marcos Maluf) 
Delegada Anne Karine durante coletiva de imprensa nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

Segundo a delegada, 11 mulheres foram assassinadas neste ano em Campo Grande. Dessas, apenas três tinham medida protetiva. O número é maior do que o registrado no ano passado, quando foram cinco feminicídios.

Caso - Em 2018, Wantuir havia matado a ex-sogra, Alzair Bernardo Lopes, 59 anos, mãe de Fabiana. Ele foi solto em setembro deste ano e voltou a se aproximar da ex. O último boletim de ocorrência registrado por Fabiana contra o ex foi no dia 19 do mês passado. Foi nesta ocasião que a vítima solicitou medida protetiva.

Pela morte de Alzair, Wantuir foi julgado no dia 15 de outubro do ano passado, mas foi considerado inimputável pelos jurados, ou seja, não tinha condições plenas para ser responsabilizado pelos atos, por conta de transtorno mental. O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, determinou como medida de segurança a internação do réu por um prazo mínimo de 1 ano.

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