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Capital

Morta pelo filho, mãe dizia em áudios que queria ver o garoto com roupas novas

Crime ocorreu por volta das 4h de domingo, na Rua Macarai, no Jardim Zé Pereira, em Campo Grande

Por Viviane Oliveira | 09/10/2024 11:54
Sangue ficou por todos os cômodos da casa (Foto: divulgação / Polícia Civil)
Sangue ficou por todos os cômodos da casa (Foto: divulgação / Polícia Civil)

A família de Regina Fátima Monteiro de Arruda, de 52 anos, mulher que foi morta pelo filho de 16 anos com cerca de 20 facadas, afirma que o adolescente não era maltratado pela mãe. O crime ocorreu por volta das 4h de domingo (6), na Rua Macarai, no Jardim Zé Pereira, em Campo Grande.

O garoto vai responder por ato infracional análogo a feminicídio. Ao ser apreendido, ele justificou o fato afirmando que a mãe batia nele, o humilhava, o xingava e não o amava. Outra informação que foi contestada pelos familiares é de que a mulher pegava o salário dele.

Por meio de nota, encaminhada por Felipe L. Diniz Fernandes, advogado da família de Regina, a mulher sempre foi preocupada com o futuro do filho, que recentemente havia sido contratado pelo Instituto Mirim com a ajuda dela.

“Ela queria que ele investisse em coisas para ele, como roupas e calçados, para estar bem apresentável em seu novo trabalho. Além disso, ela sempre se preocupou com as ausências e atrasos do filho quando ele deveria estar em casa, compartilhando essas preocupações diversas vezes com sua filha e outros membros da família”, diz o texto.

No áudio abaixo, Regina afirma que o filho sumia com o dinheiro e não comprava roupa nova. O áudio foi editado no momento em que Regina cita o nome do interlocutor para a pessoa não ser identificada.

Ainda segundo a nota, Regina demonstrava, em todos os momentos, cuidado genuíno com o filho e nunca mediu esforços para que nada faltasse em seu lar, mesmo enfrentando dificuldades com o consumo de bebida alcoólica.

“Ela era uma mulher batalhadora, trabalhou como empregada doméstica para manter a casa e garantir o sustento de todos. Era uma pessoa de grande garra e determinação, que nunca mediu esforços para que nada faltasse em seu lar. Mesmo enfrentando dificuldades, como o consumo de bebida alcoólica, Regina nunca deixou de ser uma mãe amorosa, uma filha dedicada, uma irmã presente e uma mulher trabalhadora”, afirmou

Ainda de acordo com o texto, no sábado, véspera do ocorrido, Regina estava junto de sua família, situação que reforça os laços de proximidade com os parentes. “Nos entristece profundamente ver sua memória ser manchada por especulações infundadas. Estamos vivendo um momento de luto intenso e pedimos respeito à sua memória e à dor que estamos enfrentando”, destacou o texto. Mãe e filho moravam sozinhos na residência.

Caso - O adolescente foi apreendido horas depois de matar a mãe, por volta das 10h30, ao retornar à casa para beber água e tomar banho, segundo divulgado pela Polícia Civil. Na delegacia, o garoto contou que premeditou o crime e detalhou a dinâmica.

Segundo ele, a mãe batia nele, o humilhava, o xingava e não o amava. No dia do fato, o filho esperou Regina dormir e, durante a madrugada, invadiu seu quarto e desferiu cerca de 20 facadas: na região do pescoço, cabeça, nuca, tórax, barriga e nádegas, "além de ter a golpeado no rosto com pedradas e no pescoço com um caco de vidro”, informou Cynthia Gomes, delegada responsável pela apreensão do adolescente.

A reportagem procurou o advogado Jonatas Geovane, que faz a defesa do adolescente. Ele disse que iria à Unei (Unidade Educacional de Internação) conversar com o garoto para depois se posicionar.

Movimento de policiais na casa onde ocorreu o crime no último domingo (Foto: Enryck Sena ) 
Movimento de policiais na casa onde ocorreu o crime no último domingo (Foto: Enryck Sena )

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