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Capital

MPE apura omissão da prefeitura em acabar com "gatos" em favela

Alan Diógenes | 05/08/2014 14:55
Famílias do lugar afirmam que dificuldade é grande em ficar sem energia elétrica. (Foto: Pedro Peralta)
Famílias do lugar afirmam que dificuldade é grande em ficar sem energia elétrica. (Foto: Pedro Peralta)

O MPE (Ministério Público Estadual) abriu inquérito civil para apurar a possível omissão do Poder Executivo municipal em promover as providências necessárias para regularizar as áreas ocupadas irregularmente na favela Cidade de Deus, na região do Bairro Dom Antonio, em Campo Grande, e para investigar a ligações irregulares de energia elétrica no local. A decisão foi divulgada no Diário Oficial do órgão nesta terça-feira (5).

Após a Enersul iniciar uma ação para por fim nas ligações irregulares, moradores procuraram a gestão municipal para resolver a situação. O objetivo do encontro com o secretário municipal de Administração, Waltemir Brito, era pedir que a prefeitura encontrasse um maneira deles conseguirem ter novamente o benefício.

Conforme entrevista no sábado, o secretário disse que estava procurando uma solução alternativa para resolver o problema dos moradores. “A Prefeitura não pode legalizar algo ilegal. Está tramitando na Justiça uma ação de reintegração de posse daquela área. Essa semana sentei com o Ministério Público e com a Enersul para tentar achar um solução alternativa enquanto não resolve definitivamente a questão”, tinha afirmado Brito.

Moradora do local, Hevelin Oliveira da Silva, 18 anos, que teve a energia cortada, contou que tem dificuldade de cuidar do filho sem energia elétrica. “Não consigo dar banho no meu filho e nem fazer comida no escuro. Aqui aparecem muitos insetos, eu mesma já encontrei até escorpião. Sem luz eu tenho medo de pisar em algum”, salientou.

A dona de casa Leidiane Ortiz Martinez, 21 anos, também falou que passa por dificuldade parecida. Ela ficou emocionada ao dizer que muitas vezes não conseguiu nem atendimento médico para a filha de 2 anos no posto de saúde do bairro, por não ter endereço fixo. “Sou cidadã e também mereço ter atendimento de saúde, ou vou deixar minha filha morrer em casa”, finalizou Leidiane.

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