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Capital

Na campanha presidencial, sucessor de Pavanello engrossou debate sobre aborto

Fabiano Arruda | 04/05/2011 10:25

Secretário-geral da CNBB foi nomeado como sucessor de dom Vitório Pavanello

Em nota no ano passado, dom Dimas repudiou reportagem publicada pelo jornal Estado de SP. (Foto: CNBB)
Em nota no ano passado, dom Dimas repudiou reportagem publicada pelo jornal Estado de SP. (Foto: CNBB)

O sucessor de dom Vitório Pavanello, dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), esteve no centro das discussões sobre o aborto, uma das maiores polêmicas na campanha presidencial do ano passado polarizada por Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), para defender a posição contrária da igreja sobre o tema.

No dia 21 de agosto de 2010, o bispo enviou nota, por meio da CNBB, para rebater reportagem publicada um dia antes pelo jornal Estado de São Paulo. A matéria, conforme o comunicado, afirmava que dom Dimas “admitiu que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto”.

No texto, Dimas começa dizendo que foi com desagradável surpresa que viu "estampada minha fotografia no topo da página A7 da Edição de hoje, sexta-feira, 20 de agosto, com a nota de que eu teria admitido que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto”.

Em seguida, Barbosa diz que a posição da CNBB, a mesma do Magistério da Igreja Católica, é inegociável na defesa da dignidade da vida humana desde sua concepção até a morte natural. Ele também chama o aborto de crime “que clama aos céus, um crime de lesa humanidade”.

“Os católicos jamais poderão concordar com quaisquer programas de governo, acordos internacionais, leis ou decisões judiciais que venham a sacrificar a vida de um inocente, ainda que em nome de um suposto estado de direito”, pontuou.

O secretário-geral da CNBB aproveitou, na ocasião, para explicar o contexto que originou à manchete da matéria publicada pelo Estadão. Esclareceu que o eleitor tem muitas opções de voto nas eleições proporcionais e que nas majoritárias ocorre o inverso.

“No caso de eleições majoritárias (prefeitos, senadores, governadores, presidente), a escolha recai sobre alguns poucos candidatos. Às vezes, sobretudo quando há segundo turno, a escolha se dá entre apenas dois candidatos. O que fazer se os dois são favoráveis ao aborto? Uma solução é anular o próprio voto. Quais as conseqüências disso? O voto nulo não beneficiaria justamente aquele que não se quer eleger?”, dizia outro trecho da nota.

No dia 14 de outubro do ano passado, Dimas se reuniu, com o então candidato a vice-presidente de Dilma, Michel Temer (PMDB), que visitava a CNBB para reiterar ele e Dilma eram a favor da vida.

No dia 7 de fevereiro deste ano, dom Dimas se encontrou, pela primeira vez após a campanha, com a presidente Dilma Roussef, no entanto, o tema polêmico foi deixado de lado.

"O momento não era adequado para discutir esse assunto", declarou evitando reabrir a polêmica. "A questão do aborto ficou resolvida na própria campanha", emendou, segundo informações da Agência Estado.

Dom Vitório concede entrevista coletiva nesta quarta para falar de seu sucessor. (Foto: João Garrigó)
Dom Vitório concede entrevista coletiva nesta quarta para falar de seu sucessor. (Foto: João Garrigó)

Campo Grande - O papa Bento XVI aceitou a renúncia do arcebispo de Campo Grande, Vitório Pavanello, e nomeou Dimas Lara Barbosa, até agora bispo auxiliar do Rio de Janeiro, como sucessor. Dimas está na cidade de Aparecida (SP), em assembleia da CNBB, e por isso não pôde participar da coletiva desta quarta-feira concedida por dom Vitório.

O sucessor de Pavanello tem dois meses para assumir o cargo, mas a arquidiocese da Capital vai sugerir o segundo domingo do mês de julho. Assumindo o posto, ele deve se desligar do cargo de secretário-geral da CNBB.

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