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Capital

Na Capital, 20 escolas fecham e 500 professores cruzam os braços

Natalia Yahn e Antonio Marques | 15/03/2016 08:49
Professores seguem em direção à Prefeitura, na Avenida Afonso Pena. (Foto: Marcos Ermínio)
Professores seguem em direção à Prefeitura, na Avenida Afonso Pena. (Foto: Marcos Ermínio)

Com adesão tímida, a greve da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) tem 20 das 94 escolas da Reme (Rede Municipal de Educação) de Campo Grande sem nesta terça-feira (15), apenas um mês depois do início do ano letivo. Até agora, o sindicato confirma a participação de 500 professores, mas na marcha iniciada há pouco no centro da Capital, apenas metade do total está presente.

Mesmo assim os manifestantes deixaram a sede do sindicato, na Rua Sete de Setembro e seguem em direção ao Paço Municipal, na Avenida Afonso Pena. Com cartazes que pedem demissão dos funcionários fantasmas e pagamento digno dos salários além do cumprimento da Lei n° 5.411/2014, os professores mantiveram o protesto. “Acredito que vamos ter muitos professores aderindo, mas os que são convocados ficam com medo. Com pouca ou muita gente vamos protestar”, afirmou a vice-presidente da ACP, Zélia Aguiar.

No início da manhã a ACP informou que vários diretores e professores foram ameaçados pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) e pela titular da pasta, Leila Machado.

“Fizemos mais de 90 dias de greve no ano passado e se for necessário vamos fazer outra, se o prefeito não cumprir a lei. Não vamos temer a mordaça, não vamos aceitar o coronelismo”, afirmou o presidente do sindicato, Lucílio Nobre.

Para amanhã (16), segundo dia de greve, a ACP espera que a adesão das escolas municipais seja de 100%, inclusive com a participação das escolas da Rede Estadual.

Pedido - A categoria exige que seja cumprida lei sobre o piso salarial e diz que espera proposta de reajuste salarial do município até o fim da noite desta segunda-feira (14). De acordo com o presidente da ACP, Lucílio Nobre, a categoria sempre foi flexível e ponderou as questões do município. Porém, não abre mão do cumprimento da lei.

"Conversamos hoje com o secretário municipal de Governo, Paulo Pedra, e pedimos uma posição por escrito até o fim desta noite sobre a questão do reajuste salarial dos professores. Estamos aguardando uma resposta e aceitamos o parcelamento, mas só se ele for cumprido dentro da lei", explica.

Na manhã dessa segunda-feira (14), durante lançamento dos projetos da Reme, na Câmara Municipal, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), disse que a Prefeitura não tem condições de atender de imediato “o sonho dos professores”, que é a reposição salarial dos últimos dois anos, equivalente a 24,37%.

Em nota, a ACP comunicou que os pais e responsáveis dos alunos foram avisados pelas escolas sobre a paralisação e que haverá reposição de aula dos dias parados.

Atualmente a categoria pede um reajuste de 13,01% relativo ao ano de 2015 e 11,36%, deste ano, somando um total de 24,37% e de acordo com o sindicato, não serão aceitas propostas abaixo desse índice. Além disso, a paralisação, determinada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), tem como objetivo a garantia dos direitos da classe e o aumento do piso salarial.

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