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Capital

Na Capital, 56% dos leitores querem que prefeitura retire ambulantes do Centro

Problema tem incomodado logistas, pelos comerciantes não terem licença ou pagarem imposto para trabalhar

Por Natália Olliver | 31/08/2024 08:21
Ambulante vendendo salgados na Praça Ary Coelho, em banca improvisada (Foto: Alex Machado)
Ambulante vendendo salgados na Praça Ary Coelho, em banca improvisada (Foto: Alex Machado)

O cenário de praças e ruas da Capital lotadas de vendedores ambulantes tem incomodado alguns campo-grandenses, sendo eles lojistas ou não. Para 56% dos leitores do Campo Grande News, a prefeitura deve retirá-lo dos espaços públicos. Por outro lado, 44% acredita que eles deveriam permanecer nos locais. A pergunta foi feita em enquete desta sexta-feira (30).

Uma das justificativas para que eles sejam retirados, segundo lojistas, é que os ambulantes não possuem licença da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) e não pagam impostos, como o ISS (Imposto Sobre Serviços), - que é o tributo cobrado pelo município, que incide na prestação de serviços realizados por empresas e profissionais autônomos - portanto, não podem comercializar os diversos produtos nas ruas.

Os itens vendidos variam de meias, chaveiros, carregadores, guarda-chuvas, salgados, doces e até perfumes. A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande) afirmou que já oficiou, por mais de uma vez, a secretaria  para que fosse feita a fiscalização dos ambulantes no Centro. Para a Câmara, os lugares com maior fluxo são a Avenida Afonso Pena, Rua 14 de julho e Barão do Rio Branco.

"Atualmente, a entidade recebe muitas reclamações dos donos de loja por conta das dificuldades que o consumidor tem de transitar pelas ruas”, disse a CDL.

Na década de 90, os ambulantes foram a principal “dor de cabeça” dos comerciantes. Em 1998, a criação Centro Comercial Popular Marcelo Barbosa da Fonseca, conhecido popularmente como Camelódromo, diminuiu o problema, mas não o extinguiu. Hoje, são 450 boxes no centro comercial. E as vendas informais seguem aumentando em pontos como a Rua 14 de Julho, Praça Ary Coelho e os Altos da Afonso Pena.

O problema não é novo, em 2023 o Campo Grande News percorreu alguns desses pontos para ver a situação. A reportagem encontrou alguns ambulantes, um deles, que não quis ser identificado na época, afirmou saber que a atividade é irregular.

"Eu já me dei muito mal. Perdi R$ 2 mil em um dia de 'rapa'. Só que é a opção que eu tenho", explica um vendedor de meias, que possui uma banca na calçada da Rua 14 de Julho.

Questionado se já pensou em legalizar sua venda, o comerciante informal afirmou que sim. “Se eu tivesse espaço no camelódromo, até iria, mas não tem. Eu preciso vender, então venho para cá”.

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