Na fase final, Aquário do Pantanal ganha contorno na parte interna
Há algum tempo a parte externa do Aquário do Pantanal tomou forma. A estrutura oval cinza e vermelha chama a atenção pelo design diferente e desperta a curiosidade de quem passa perto do Parque das Nações Indígenas. Poucos sabem que dentro, o local já está em fase de acabamentos, sendo possível conferir alguns detalhes e ter uma real ideia de como vai ficar após a abertura ao público.
O Campo Grande News visitou as dependências do empreendimento durante a semana. O guia foi o engenheiro da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) Domingos Sávio. Além de conhecer cada parte do projeto, ele falava com orgulho e precisão de cada espaço visto, mostrando que realmente “vestiu a camisa” da obra.
Início - Quando for aberto, o Aquário terá a entrada pela Avenida Afonso Pena. A passarela que liga a via até a portaria já está pronta. O estacionamento para ônibus está sendo pavimentado.
O domo oval é o primeiro contato que o visitante tem ao chegar ao local. É possível avistar a cidade pelos vidros, ainda sujos pela poeira das obras. Nesse pavimento fica o mezanino em formato que lembra uma árvore onde será instalada a biblioteca. As estruturas que sustentarão o piso de madeira já começaram a ser instaladas.
No térreo também fica o auditório. O espaço tem um imenso aquário com dois vidros para ser visto tanto fora como por quem está dentro do lugar. Sávio conta que as poltronas já chegaram, mas só podem ser instaladas quando o piso e o forro estiverem concluídos.
Aliás, o forro é um dos trabalhos que envolvem mais precisão. Chapas retangulares de metal esconderão a estrutura de sustentação. Os operários têm que parafusá-las uma a uma adaptando-as à curvatura do teto.
“É um trabalho quase artesanal. Toda essa obra é diferente, é muito difícil. À medida que as coisas vão avançando, elas vão se definindo”, pontua Sávio.
Descendo – Escadas rolantes e elevadores também já estão colocados, apesar de ainda não funcionarem. No pavimento inferior começará realmente a visita pelas belezas da natureza.
Na área externa ficarão os jacarés, lontras e outros animais pantaneiros. Vai ser parecido com um zoológico. Todo o piso é de madeira e já está sendo colocado.
Os peixes ficam dentro de um túnel. O engenheiro explica que o local tem poucas janelas porque tem que ser escuro, afinal de contas os aquários são destaque e terão iluminação interna. Todo o acrílico já está instalado.
Aquários menores foram encaixados um ao lado do outro ao longo da parede. Outros vão do chão ao teto em forma de tubo bem no meio do corredor. Também haverá tanques baixos e abertos onde as crianças poderão ter contato com algumas espécies de peixes.
Dentro de todos eles está sendo feito o trabalho de cenografia, que consiste em reproduzir o hábitat natural dos espécimes. Alguns terão elementos externos, como cachoeiras. Esses aquários são abertos na parte de cima para que o visitante veja a água caindo sobre as pedras e lacrados na parte de baixo, onde nadam os peixes.
Grand finale - O ápice da visita será um aquário em forma de túnel, onde o visitante se sentirá embaixo d’água. Os vidros já estão colocados. Na saída haverá uma loja de lembranças e um restaurante.
Também está sendo montada uma passarela que some em meio à mata do Parque das Nações Indígenas. Sávio conta que em meio a uma clareira haverá um local com bancos para descanso e contemplação da natureza.
Pesquisa – Sávio levou a equipe de reportagem para conhecer as instalações onde serão conduzidas as pesquisas no local. Ao longo de todo o espaço “público” há um labirinto de escadas, salas e laboratórios que não deixam dúvidas que o Aquário do Pantanal tem de tudo para ser referência científica.
As bancadas de mármore e as pias para os experimentos já estão todas prontas. Os especialistas contam com um refeitório, salas de descanso e vestiários.
Para facilitar o trabalho, em cima de todos os aquários há passarelas que permitem o cuidado e a alimentação dos peixes. O projeto foi pensado de forma que os cientistas não tenham contato com o público.
“Os pesquisadores que vêm visitar as obras saem daqui encantados. Eu vejo não apenas a construção, mas o pós-obra. Não só a visita contemplativa, mas o turismo científico. Penso no incremento que isso vai proporcionar na economia local. Nós saímos daqui todos os dias já pensando no dia seguinte”, fala o engenheiro.
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