Na região oeste, buracos aumentam e se multiplicam em vários bairros
Assim como os buracos espalhados por Campo Grande estão cada vez maiores e mais profundos, as reclamações dos campo-grandenses só aumentam com a situação, que para eles vem se tornando insustentável. Mesmo com os trabalhos de reparos feitos pela atual gestão desde o início do ano, ainda tem muito a ser feito por toda a cidade.
A equipe do Campo Grande News esteve em alguns bairros da região oeste na manhã desta segunda-feira (13) conversando com moradores e pessoas que trafegam por locais onde a situação do asfalto está precária.
O percurso da reportagem começou no cruzamento da Rua Muriaé com a avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro São Francisco, e seguiu cinco quadras até chegar na Avenida Tamandaré.
Foram encontrados 31 buracos nesse percurso. Na região, falta crença da população quanto ao serviço que vem sendo feito.
“Quando não vem para cá, vai para a Santa Casa”, ironizou o borracheiro Carlos Antônio da Silva, 23 anos, que trabalha na região há nove anos e viu diversos casos de motocicletas danificadas após queda em buracos. “Aqui nunca prestou, é cheio de remendos. A prefeitura vive tapando buraco, mas a solução seria arrancar tudo e fazer um novo asfalto”, opina.
Além das crateras comuns, na Avenida Tamandaré, em frente a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), dois “buracos-armadilhas” em um quebra-molas surpreende quem transita por lá sem muita frequência, e acaba causando até prejuízos. O jardineiro Renato Pelegali, 22 anos, faz o caminho todos os dias para deixar a sobrinha no Portal da Lagoa, e por isso está sempre em alerta. “Quem não conhece aqui, cai com tudo”.
A situação na Vila Planalto é de assustar. Em um caminho de 1,3 km, contando de um trecho da Avenida Tamandaré até a Rua Fernando de Noronha, oito crateras abertas no asfalto foram constatadas.
O número aumenta e passa para 25 quando se chega no cruzamento da avenida com as ruas Santos Drummond com a Camburiu, onde a reportagem flagrou motoristas passando por cima de uma rotatória, que seria para garantir a segurança no trânsito, para desviar e evitar danos.
Próximo dali, na avenida Tamandaré com a rua Benjamin Constant, onde existe um vasto comércio com diversos empreendimentos, uma funcionária de um posto de gasolina afirmou que o empreendimento vem perdendo clientes devido a situação da via. “Tem cliente que evita ir no posto abastecer porque, além do trânsito movimentado, tem esse tanto de buracos”, lamentou a balconista Karina Ferreira Ribeiro, 30 anos.
Os campo-grandenses precisam ficar em alerta ao trafegar na pista da avenida Duque de Caxias que liga o Aeroporto Internacional a Orla Morena. Em frente ao Hospital Militar, três crateras foram sinalizadas com cones para evitar acidentes. “O pessoal de tapa buracos faz o serviço mau feito, chove e volta. As ruas precisam ser recapeadas, não adianta fazer reparo. Vai ficar tapando até quando?”, questionou o motoboy Leoni Santana Dutra, 49 anos.
Serviço - Uma equipe de tapa buracos faz o serviço de reparos na extensão da Avenida Tamandaré nesta segunda-feira. A reportagem encontrou os 12 funcionários no cruzamento com a Avenida Euller de Azevendo.
Conforme o encarregado Antônio Marcos dos Santos, o trabalho seguirá até a Duque de Caxias. Quem trafega pelo local deve ficar atento, pois no decorrer do dia trechos da via devem ser interditados e o trânsito ficará lento. Caso tudo não seja concluído até hoje, o trabalho será retomado amanhã (14).
Garantia - No início do mês, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) informou que todos os buracos que forem fechados durante sua gestão e reabrirem serão reparados sem custos adicionais para o município. Dos quatro entrevistados, apenas dois sabiam desse compromisso. "É uma economia para o povo”, comemorou Leoni ao saber da situação.
Em recente entrevista ao Campo Grande News, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirmou que menos de 3% dos buracos fechados desde janeiro deste ano voltaram a abrir, mas citou que problemas foram constatados nas ruas Rui Barbosa, Antônimo Maria Coelho e no cruzamento das avenidas Rachid Neder com Ernesto Geisel.
“Uma série de coisas que podem comprometer a reabertura. Uma delas é se, quando taparam o buraco, choveu durante a execução”, finalizou.