Nando será ouvido em abril sobre prisão que revelou cemitério clandestino
Flagrante aconteceu e 20 de novembro de 2016, quando suspeito foi encontrado com revólver e a polícia descobriu que matava vítimas e enterrava
A justiça determinou para o dia 12 de abril a audiência de Luiz Alves Martins Filho, o Nando, pelo crime de posse ilegal de arma de fogo. O flagrante que resultou em mais um processo ao suspeito aconteceu no dia 10 de novembro de 2016, quando ele e outros nove envolvidos em assassinatos em Campo Grande foram alvos de operação da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).
A audiência foi marcada para o dia 12, uma quinta-feira, e está prevista para começar às 14h30. Nela, o juiz da 2ª Vara Criminal, Olivar Augusto Roberti Coneglian, vai ouvir testemunhas de defesa, acusação e também o próprio réu.
Nando foi indicado pelo crime de posse de arma depois que os policiais encontraram um revólver calibre 38, com seis munições, ao lado da cama em que ele dormia. Na data, policiais da Deaij cumpriam os mandados de prisão e também de busca e apreensão contra a quadrilha responsável pelo desaparecimento pelo menos dez pessoas no Danúbio Azul.
Foi justamente a operação do dia 10 de novembro que expôs o esquema de tráfico de drogas e exploração sexual em que Nando é apontado como mentor. Toda a investigação envolvendo o grupo começou após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, o 'Leleco', assassinado em vingança pela morte de um dos desaparecidos.
Segundo a polícia, as vítimas eram atraídas para o Jardim Veraneio, estranguladas e enterradas de ponta cabeça em covas no cemitério clandestino no local. Nando é investigado pela participação em pelo menos 12 mortes.
As vítimas foram identificadas como Jhennifer Lima das Silva, Café, Alemão, Flávio Soares Correia, Bruno Santos da Silva, Ana Cláudia Marques, Lessandro Valdonado de Souza, Alex da Silva dos Santos, Eduardo Dias Lima, Jhennifer Luana Lopes, Daniel Oliveira Barros e Ariel Fernando Garcia Lima Teixeira.
Ainda conforme as investigações, o grupo agiu na por pelo menos 4 anos na região. Eles aliciavam sexualmente adolescentes, se aproveitando das condições de miséria das vítimas, em troca de drogas e ainda se intitulam ‘justiceiros’ afirmando que as mortes aconteciam para ‘vingar’ roubos e furtos na região.