No Centro, hospital realizará 60 mamografias por dia até o fim do mês
Hospital de Câncer Alfredo Abrão distribuirá senhas às 6h a partir de quarta-feira (2)
Com 60 senhas sendo distribuídas diariamente, campanha contra o câncer de mama inicia nesta quarta-feira (2) no Hospital de Câncer Alfredo Abrão. O hospital fornece o diagnóstico, acompanhamento e o tratamento para a doença. As senhas para realizar a mamografia são entregues às 6h, e é preciso levar o RG, CPF e cartão do SUS (Sistema Único de Saúde).
Considerada pelos especialistas a doença que mais mata mulheres no Brasil e no mundo, o "Outubro Rosa" é um mês de alerta, conforme explica a presidente do hospital Sueli Lopes Telles. "O diagnóstico precoce salva vidas. Aqui nós temos toda a estrutura, de prevenção ao tratamento. Fazemos consultas, cirurgias, exames, quimioterapia, radioterapia, braquiterapia, temos todos os tipos de exames", afirmou.
O cirurgião oncológico, Breno Matos Delfino, explica que a maioria das vezes o câncer de mama é assintomático e por isso os exames preventivos são importantes. "Nos estágios iniciais, a mulher não tem a percepção de que está com câncer. Nos estágios intermediários e avançados já é possível sentir nódulos, apresentar secreção na mama, sentir alterações de coloração da pele e texturas", exemplificou.
Apesar da gravidade da doença, muitas mulheres marcam o exame e acabam não comparecendo, segundo a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite. "Sobram vagas, há uma falta de mais de 40% das mulheres agendadas. De janeiro a junho deste ano já foram realizadas 7.859 mamografias", pontuou ela. Em Campo Grande, pela rede municipal de saúde, é preciso ir até a USF (Unidade de Saúde da Família) e receber o encaminhamento para realizar o exame.
Ela frisou que o câncer de mama é diagnosticado mais em mulheres brancas, mas a mortalidade é maior entre as mulheres negras. "Isso nos leva a vários questionamentos. Será que é o acesso? Será que é um tumor que é mais grave nas mulheres negras? A conclusão que chegamos é que o Brasil está pecando no acesso, pecando na realização de mamografias. Então esse é um mês que a gente quer trabalhar a conscientização", finalizou a secretária municipal de Saúde.
Histórias de superação - Natural de Sidrolândia, a cerca de 70 quilômetros da Capital, a auxiliar de inspeção, Raimundinha Oliveira de Souza Silva, 43 anos, contou que foi diagnosticada em janeiro de 2023, após sentir um nódulo no autoexame. "A gente pensa que é uma sentença de morte, mas realmente não é. Eu 'tô' curada, graças a Deus. Foram 16 sessões de quimioterapia. Hoje faço o acompanhamento para a doença não voltar", declarou.
A gerente de loja, Karla Mesquita, de 45 anos, recebeu o diagnóstico precoce da doença e também foi curada. "Eu fiz um exame de rotina no Hospital do Amor, e eles me ligaram, e em 20 dias eu já tive o diagnóstico. Eu não precisei de quimioterapia, fiz os exames, a cirurgia e radioterapia. Por ter sido bem no início, meu tratamento foi bem menos invasivo", contou. O tratamento até a cura foi feito em um ano, mas ela segue em acompanhamento até 2029.
Presente na cerimônia alusiva ao Outubro Rosa, a primeira-dama, Mônica Riedel, afirmou ao Campo Grande News que campanhas como estas é importante para que a informação chegue. "É uma doença que não tem distinção de classe social ou racial. Eu vejo um trabalho cada vez maior em relação tanto à prevenção como depois ao tratamento. A gente pode, se a gente olhar para trás no histórico, muitas mulheres não tinham realmente a oportunidade de fazer e hoje em dia, por exemplo, a prevenção é gratuita", comentou.
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