No mês que flexibilizou toque de recolher, acidentes aumentaram 21% na Capital

Depois de passar cerca de quatro meses com toque de recolher antes das 23h, Campo Grande aumentou mais uma hora para circulação de indivíduos nas ruas e, ao mesmo tempo, registrou maior quantidade de pacientes vítimas de acidentes de trânsito com entrada na Santa Casa de Campo Grande, referência nesse tipo de atendimento.

No mês passado, foram 440 acidentes, com destaque para 140 ocorrências entre motocicletas e carros, além de 94 quedas de moto e 23 capotamentos. Comparado ao índice do mês anterior, junho, houve aumento de aproximadamente 21%.

Na última vez em que esse horário foi adotado, em fevereiro deste ano, foram 398 vítimas contabilizadas.

O mês de abril, contudo, contraria essa hipótese, já que aconteceram somente 10 registros a menos e o toque de recolher vigente chegou a ter início às 21h e depois às 20h.

Dentre as justificativas para mantê-lo, está a redução da mobilidade urbana durante o período, numa política de redução de danos da transmissibilidade do coronavírus. Outro fator que foi destacado diversas vezes, é que ele reduzia acidentes graves de trânsito no período em que estava vigente, com aumento no consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo.

Em maio e junho, o início variou das 20h às 22h, por conta de uma série de decretos e alterações do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), elaborado pelo governo de Mato Grosso do Sul, que passou a recomendar o período vigente com base na classificação, definida por bandeiras que vão de verde a cinza.

Nesses meses, de acordo com critérios que vão desde a vacinação até a incidência de casos na população indígena, o Estado passou a determinar qual horário Campo Grande deveria adotar a medida restritiva. Apesar disso, em meados de junho, a prefeitura municipal passou a contrariar essas recomendações, estipulando o próprio horário.

Mesmo que ainda esteja em bandeira vermelha, que indica grau alto da pandemia e orienta toque de recolher às 21h, já foi decretado que a partir de agosto, a cidade deverá confinar sua população depois da meia-noite.

Questionada pelo Campo Grande News sobre eventuais alterações no toque de recolher, bem como sobre o aumento de acidentes de trânsito registrados na Santa Casa de Campo Grande, a prefeitura ainda não respondeu até o fechamento desta matéria.