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Capital

Nova empresa retoma obra de Belas Artes e prevê entrega para o fim de 2023

Campana e Gomes Engenharia começou trabalho em fachada e instalações hidráulicas

Caroline Maldonado | 14/11/2022 12:51
Fachada do prédio do Centro Municipal de Belas Artes com andaimes para o trabalho de remoção do revestimento. (Foto: Paulo Francis)
Fachada do prédio do Centro Municipal de Belas Artes com andaimes para o trabalho de remoção do revestimento. (Foto: Paulo Francis)

Após a rescisão do contrato com a empresa Orkan Construtora, a Prefeitura de Campo Grande chamou a segunda colocada na licitação da obra do Centro Municipal de Belas Artes, no Bairro Cabreúva. Uma das obras abandonadas mais famosas da Capital, o prédio erguido para ser rodoviária, na Avenida Ernesto Geisel, tem cerca de 30 anos.

A Campana e Gomes Engenharia assumiu o projeto em outubro e começou a trabalhar na fachada e no sistema hidráulico. Revestimento da parede frontal do prédio foi removido.

O projeto prevê finalizar cerca de 40% do prédio ao custo de R$ 4 milhões. A previsão é entregar essa obra até dezembro de 2023, segundo o proprietário da empresa, João Marcelo Campana. A licitação foi aberta em 2021.

Cerca de 15 funcionários trabalham no local, mas está prevista a contratação de aproximadamente 45 pessoas no total a partir das próximas semanas. João conta que integrantes do MP-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) já visitaram o local.

“Os desafios são muitos, porque o local já não tem itens que estavam na documentação de quando foi feita a licitação. Muita coisa já foi furtada. Também já furtaram coisas que instalamos, levaram válvulas e registros e tive que fechar os banheiros”, comenta João no canteiro das obras, iniciadas na primeira semana de outubro.

Proprietário da empresa Campana e Gomes Engenharia, João Marcelo Campana, que assumiu o projeto em outubro. (Foto: Paulo Francis)
Proprietário da empresa Campana e Gomes Engenharia, João Marcelo Campana, que assumiu o projeto em outubro. (Foto: Paulo Francis)

Apesar do prédio ter um projeto “ultrapassado”, nas palavras de João, a acessibilidade já existe, o que é uma exigência por lei federal nas obras da atualidade, e é possível cumprir o contrato, que talvez precise de aditivos, segundo o empresário. “Estamos no começo ainda, precisamos avaliar toda documentação e plantas, mas a previsão é entregar até dezembro do ano que vem”, diz.

A planta de 2019, que o empresário tem em mãos, prevê elevadores; salas de artesanato, de artes plásticas, de dança, de literatura; copa; alojamentos; depósitos e outras salas.

Também está previsto no projeto licitado a desobstrução da canalização de água e esgoto e intervenções no subsolo onde, em princípio, poderá funcionar o Arquivo Histórico Municipal, com espaço para o acervo do arquivo municipal e biblioteca.

O projeto ainda prevê adequações no primeiro andar para que o espaço possa abrigar a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), com salas de dança, duas salas de multiuso, com até 650 lugares, e auditório com 124 lugares.

Elefante branco – A obra, que originalmente abrigaria o novo terminal rodoviário da Capital, foi iniciada em 1991, mas foi paralisada três anos depois. Em 2006, o governo do Estado repassou o prédio para a prefeitura.

Projeto da parte do prédio que passará por obras. (Foto: Paulo Francis)
Projeto da parte do prédio que passará por obras. (Foto: Paulo Francis)

Para essa nova fase o projeto seria executado por partes - a primeira foi em 2008, a partir de contrato de mais de R$ 6 milhões com a Mark Engenharia.

Em 2013, com 80% executado, a empreiteira não concluiu por conta de atraso nos pagamentos das medições realizadas e o município paralisou a obra. A empresa recorreu ao Poder Judiciário para que os pagamentos fossem feitos.

Em 2017, a prefeitura assinou termo com o MP-MS para retomar a obra. Nova licitação foi lançada em 2019 e, em 2020, a empresa foi contratada.

Em maio daquele ano, a Justiça suspendeu a obra ao descobrir que o município ainda devia à empresa que começou a execução. Então, a empresa licitada desistiu do contrato em função de defasagem dos valores dos materiais, que ficaram mais caros. Após meses de indefinição, uma nova licitação foi lançada em outubro de 2021, resultando na classificação da Orkan, que assumiu o projeto em fevereiro deste ano, mas rescindiu o contrato.

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