Belas Artes vai virar complexo de órgãos da prefeitura ou centro de eventos
Prefeitura não tem dinheiro suficiente para executar obra e manter Centro de Belas Artes
Sem dinheiro para realizar a totalidade do projeto do Centro de Belas Artes, obra iniciada há 30 anos, a Prefeitura de Campo Grande planeja outra finalidade para o local. Entre as alternativas, estão a instalação de um complexo de sedes administrativas ou parcerias com a iniciativa privada para que o espaço vire um centro de eventos culturais, segundo a subsecretaria adjunta da Sugepe (Subsecretaria de Gestão e Projetos), Ana Virgínia Knauer.
A subsecretária falou sobre o assunto hoje (1º), em audiência na Câmara Municipal. “As hipóteses de uso são várias. A atual realidade financeira do município não dá viabilidade à finalização do projeto como ele foi concebido inicialmente. A gente não dispõe de recursos, além do que é muito cara a manutenção de um espaço desse porte”, comentou.
Segundo Virgínia, os canteiros de obras do Centro da Capital estão no estacionamento do local, por isso, o espaço tem segurança 24h, o que impede a depredação, como ocorreram durante décadas. “Temos como prioridade terminar essa obra”, disse.
A licitação, que deve custar em torno de R$ 4 milhões financiados, aguarda análise técnica e parecer jurídico da Secomp (Secretaria Executiva de Compras). Após a publicação do edital, a previsão é de que a licitação seja concluída em quatro meses e a obra comece entre janeiro e março de 2022 e com conclusão da primeira etapa em 2023. O objetivo da prefeitura é terminar a primeira etapa do projeto de 2.800 metros quadrados.
Histórico - A obra da rodoviária foi iniciada em 1991 e está parada desde 1994. A prefeitura recebeu a obra do Governo do Estado em 2006, quando decidiu que lá seria o Centro Municipal de Belas Artes. A estrutura já tinha 15 anos de existência.
O projeto arquitetônico moderno com 15 mil metros quadrados seria executado por partes. A primeira etapa foi em 2008, a partir de contrato de mais de R$ 6 milhões com a Mark Engenharia.
Em 2013, com 80% executado, a empresa não concluiu a obra por atraso nos pagamentos das medições realizadas e a gestão da época decidiu paralisar a obra. Lá se foram quatro anos de depredação e degradação natural do tempo. A empresa entrou na Justiça cobrando os pagamentos.
Em 2017, a gestão atual fez acordo com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para continuar a obra.
Nova licitação foi realizada em 2019 e em 2020, a empresa foi contratada. Em maio de 2020, a Justiça suspendeu a obra em função da perícia a ser realizada para descobrir o que o município ainda devia à empresa que começou a obra. Então, a empresa licitada desistiu do contrato em função da defasagem dos valores da proposta.