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Capital

Número de casos de dengue pode ser muito maior, admite secretário

Segundo Geraldo Resende, alguns municípios estão enviando relatórios com dados que não condizem com a realidade

Maressa Mendonça e Clayton Neves | 20/01/2020 12:41
Servidor carrega inseticida que será usado nos fumacês (Foto: Silas Lima)
Servidor carrega inseticida que será usado nos fumacês (Foto: Silas Lima)

O secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, fez um alerta nesta segunda-feira (20) sobre as notificações de dengue feitas por alguns municípios. Segundo ele, está ocorrendo “descuido” e as secretarias estão enviando relatórios com números reduzidos, que “não condizem com a realidade”. Por meio destes dados são traçadas as estratégias de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Resende disse estar fazendo um apelo junto aos prefeitos e secretários municipais sobre a importância das notificações. “Nós temos quase duas dezenas de municípios que não notificaram caso algum”, disse.

O último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) aponta que 29 cidades não tiveram nenhuma notificação de dengue. São eles: Anaurilândia, Aparecida do Taboado, Bodoquena, Camapuã, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Eldorado, Fátima do Sul, Figueirão, Glória de Dourados, Iguatemi, Itaquiraí,Japorã, Jaraguari, Jateí, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Mundo Novo, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Rio Negro, Selvíria, Tacuru, Taquarussu e Terenos.

“Isso é um descuido”, pontuou o secretário, reforçando que “estão remetendo números muito aquém do que seguramente está acontecendo. Isso traz também muita preocupação ao gestor estadual. Precisamos de dados precisos, reais para a gente poder traçar estratégias do combate”, completou.

Fumacê - Nesta segunda-feira (20), foram entregues à SES 9,6 mil litros de inseticida (Malathion) e 150 litros de larvicida (Pyriproxyfen) para serem usados nos fumacês. Em Campo Grande, o primeiro bairro onde será realizada a ação é o Nova Campo Grande, onde foi registrado um óbito pela doença.

O secretário reforça ainda a necessidade da participação de toda a população no combate ao mosquito. “Se não houver envolvimento de cada um, vamos ter de novo uma derrota para o mosquito da dengue. Vamos ser derrotados mais uma vez por um mosquito que, infelizmente, já tem um histórico de estar presente no território nacional e em outros países”.

Uma nota técnica com orientações aos gestores sobre a necessidade de notificar todo e qualquer caso suspeito de dengue, zika e chikungunya foi emitida no dia 17 de janeiro pela SES.

Apoio - A superintendente de vigilância em saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Veruska Lahdo comentou que uma reunião foi realizada na última semana com representantes do Exército Brasileiro. A ideia é que os militares auxiliem os agentes de saúde no combate ao mosquito. O resultado sobre esta reunião deverá ser divulgado no decorrer desta semana.

Segundo Veruska, se a resposta do Exército for “sim”, os militares deverão passar por uma capacitação rápida antes do início dos trabalhos.

A superintendente lembrou ainda que Campo Grande já tem 500 notificações de casos suspeitos de dengue e vai receber 3,5 mil litros de inseticida para usar nos fumacês como estratégia de combate.

Secretário de Saúde, Geraldo Resende (Foto: Silas Lima)
Secretário de Saúde, Geraldo Resende (Foto: Silas Lima)
Superintendente de vigilância em saúde da Sesau, Veruska Lahdo (Foto: Silas Lima)
Superintendente de vigilância em saúde da Sesau, Veruska Lahdo (Foto: Silas Lima)
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