Obra de pavimentação do PAC para e costureira protesta dentro de buraco

As obras de pavimentação e qualificação das vias do Bairro São Caetano, em Campo Grande, que fazem parte do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), estão paradas e revoltam moradores que precisam desviar dos obstáculos do serviço inacabado, como: buracos e manilhas. Uma moradora encontrou uma forma criativa de reivindicar os direitos entrando em um buraco aberto para a instalação da galeria pluvial de 5 metros e impedir que funcionários da prefeitura o tampasse sem concluir o que era para ser feito.
O fato em questão aconteceu na Rua José Matte. Cansada de ver obra parada desde junho, a costureira Nilza Pereira do Azevedo, 63 anos, decidiu fazer o protesto, que teve a presença até mesmo de uma equipe da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e a imprensa.
Ela contou que após entrar no buraco, os trabalhadores que vieram tampá-lo viram a presença de jornalistas e foram embora, mas em seguida, após 15 minutos retornaram com máquinas e uma equipe da Agetran. “Me disseram para sair do buraco porque estava obstruindo a via, eu disse que era um engano, que estava dentro buraco que a prefeitura havia me dado de presente”, explicou Nilza.
A costureira falou que ficou 6h dentro buraco embaixo de um sol escaldante. Ela entrou em contato com a Polícia Militar para avisar caso acontecesse algum desentendimento entre ela e os trabalhadores. Depois disso, um engenheiro da prefeitura identificado como Mário chegou e disse o que ela tanto queria ouvir. “A obra será retomada daqui dois meses”.
Durante todos estes meses que acompanhou a situação, Nilza afirmou sempre escutar várias “desculpas” dos funcionários no canteiro da obra. “Uns diziam que a obra ficava parada por causa da chuva, outros diziam que engenheiro havia suspendido o serviço por causa da má qualidade dos materiais, ou seja, as manilhas se quebravam. Também já ouvi falar que não havia pago os fornecedores”, comentou.
A mora deixou de construir o muro da casa por conta dos transtornos. Na rua é possível encontrar diversas manilhas espalhadas, o que impede o trânsito. Os vizinhos de Nilza precisam deixar os veículos longe de casa por conta da via que se tornou intrânsitavel, principalmente quando chove por conta da obra inacabada.
O empreendimento orçado em R$ 14.813.000,00 é realizado em parceria com a prefeitura, Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal e FGTS ( Fundo de Garantia de Tempo de Serviço.
Foi solicitado um posicionamento da prefeitura em relação ao fato, via telefone e e-mail, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.