Obrigatória, volta da máscara é ignorado pela maioria no aeroporto
Parte dos passageiros foi visto sem acessório, ainda que muitos defendam o uso
Apesar da determinação que vale a partir desta sexta-feira (25), parte dos passageiros no Aeroporto Internacional de Campo Grande tem flexibilizado uso de máscaras, contrariando decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que determina obrigatoriedade dos acessórios.
Nesta manhã, dentro do aeroporto, a maioria não utiliza a máscara, mas quando vão embarcar ou entrar em contato com os funcionários no guichê para fazer o check-in, costumam colocar a proteção.
O administrador Jonathan Silva, de 26 anos, trabalha em Porto Alegre (RS) em empresa que administra salas de aviões, e usava o item no rosto. “Lá em Porto Alegre, o pessoal já está usando máscara, a prefeitura já está recomendando o uso de máscara, por causa do aumento de casos de covid-19.”
Ele comenta que as companhias já recomendam o uso de máscaras há, pelo menos, duas semanas, sobretudo no atendimento aos clientes. “Isso é porque a gente tem um contato muito próximo com os clientes e queremos evitar, inclusive, que os funcionários se infectem, agora no final do ano, que é quando o aeroporto tem o maior fluxo de passageiros”.
A administradora Marileide Faria, de 50 anos, é natural do Rio de Janeiro e veio a Mato Grosso do Sul a turismo para conhecer Bonito e a região do Pantanal. Ela relata que já veio de máscara, porque “gosta de se prevenir” e que não deixou de utilizar o acessório em ambientes fechados. “Agora mesmo, fiquei sabendo que a esposa de um amigo está com covid. Como saí do Rio de Janeiro dia 15 deste mês, estou um pouco apreensiva para voltar”.
Ela comenta que já soube de aumento de casos no estado natal. Durante os passeios turísticos, não utilizava, por se tratarem de ambientes externos, mas dentro dos locais ela utilizava. “Estou sabendo de muita gente que está com covid. Inclusive, a esposa de um amigo meu, que está infectada”.
O perito médico Alfredo Correia, de 69 anos, veio de Porto Alegre e estava com a proteção. Ele acredita que em ambientes confinados, como aviões, tem sempre risco de ocorrer a propagação de quaisquer vírus, além de coronavírus. "Lá em Porto Alegre, também há a recomendação em postos de saúde, transporte público”.
“A recomendação é que pessoas sintomáticas ou com comorbidades usem máscaras, além de se consultar no médico”, explica. Apesar de preferir que a medida seja implementada em caráter de recomendação, ele diz que “por ser uma determinação dos órgãos de saúde, não é uma pauta a ser discutida”.
Legislação - A obrigatoriedade esteve em vigor entre 2020 e 17 agosto de 2022. Quando decidiu abolir a exigência em votação unânime, os diretores justificaram que o cenário da pandemia permitiu que o uso compulsório fosse convertido em uma medida de proteção individual recomendada, mas não imposta aos viajantes.
Agora, com a nova resolução aprovada nesta terça, considerando o aumento expressivo de casos da doença nas últimas semanas, a Anvisa determinou o seguinte:
O uso de máscaras passa a ser obrigatório tanto no interior dos terminais aeroportuários e aeronaves como em meios de transporte (como ônibus) e outros estabelecimentos localizados nessas áreas;
Essas máscaras devem estar ajustadas ao rosto, cobrindo o nariz, queixo e boca, minimizando espaços que permitam a entrada ou saída do ar e de gotículas respiratórias;
No interior das aeronaves e demais ambientes dos terminais (como praças de alimentação), somente será permitida a remoção da máscara para hidratação e alimentação;
A exceção para essa última regra fica para crianças com menos de 3 anos de idade, pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado da proteção. Nesses casos o uso de máscaras não é obrigatório.
Antes, em maio deste ano, a Anvisa liberou o serviço de bordo em aeronaves. À época, o retorno do uso da capacidade máxima para transporte de passageiros também foi autorizado. Não houve mudança nestas determinações. A nova norma, porém, proíbe as seguintes medidas:
O uso de máscaras de acrílico ou de plástico;
O uso isolado do face shield (não acompanhado da utilização de uma máscara) nesses ambientes onde a proteção facial é obrigatória;
O uso de máscaras que possuem válvulas de expiração (geralmente usadas na construção civil), incluindo as N95 e PFF2 desse modelo;
O uso de lenços, bandanas de pano ou qualquer outro material que não seja caracterizado como máscara de proteção de uso profissional ou de uso não profissional;
O uso de máscaras de proteção não profissionais confeccionadas com apenas uma camada de proteção.