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Capital

Oficial de Justiça chega e estudantes encerram ocupação em bloco da UFMS

Bloco 6 havia sido ocupado na terça-feira em protesto quanto a possível adesão da instituição ao Future-se, do MEC

Humberto Marques e Maressa Mendonça | 28/09/2019 11:41
Estudantes realizavam a limpeza de prédio do Bloco 6 antes de encerrar ocupação. (Foto: Henrique Kawaminami)
Estudantes realizavam a limpeza de prédio do Bloco 6 antes de encerrar ocupação. (Foto: Henrique Kawaminami)

Estudantes que desde terça-feira (24) ocupam o Bloco 6 do campus da Capital da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) começam a deixar o local neste sábado (28), momentos depois de um oficial de Justiça os notificar da decisão do juiz Ricardo Toniasso, da 1ª Vara Federal, que determina a saída dos acadêmicos. Cerca de 20 estudantes ainda participavam do protesto, motivado por informações de que a instituição teria aceito aderir ao projeto Future-se, do MEC (Ministério da Educação).

A desocupação, conforme os alunos, já estava prevista desde sexta-feira (27). No fim da manhã de hoje, eles realizavam a limpeza do espaço. Como os prédios do bloco estavam sem água e energia, desligados, eles estão enchendo baldes em locais vizinhos para a faxina. O oficial de Justiça chegou pela manhã e aguardou a presença de um representante da universidade, a fim de oficiar acerca da desocupação –que ocorre pacificamente, sem intervenção policial ou de seguranças.

Integrante do comitê de comunicação, o estudante Luciano Pinheiro, 24, afirma que o protesto foi uma forma de cobrar da reitoria um posicionamento sobre a adesão ao Future-se. O projeto do MEC prevê, entre outros pontos, o financiamento privado das instituições de ensino superior e alterações no processo de contratação de professores e técnicos, que passaria a ocorrer via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). No primeiro caso, o temor é com o desmonte de áreas como a pesquisa, enquanto a admissão de discentes via análise curricular em substituição a concursos públicos enfrenta resistências.

“Houve rumores de que a reitoria iria aderir ao projeto e que a UFMS seria ‘piloto’. Por isso, decidimos ocupar”, afirmou Pinheiro, ao considerar que o Future-se equivaleria a uma “privatização” do ensino superior público. Durante a ocupação, os estudantes realizaram panfletagens para divulgar suas resistências ao Future-se. “Muitos alunos nem sabiam do projeto, então, cumprimos nosso objetivo”.

A ocupação, conforme seus organizadores, chegou a contar com uma média de 80 pessoas. Nesta manhã, cerca de 20 permaneciam no local.

A resistência ao projeto do MEC levou a UFMS e a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) a adiarem reuniões de seus conselhos universitários nesta semana. Os colegiados visam a traçar e fiscalizar diretrizes das instituições de ensino superior. Na UFMS, uma comissão analisa a adesão ao Future-se e a reunião do conselho universitário, que ocorreria na sexta-feira (27), foi reagendada para 31 de outubro sob alegação de otmiização de pauta e redução de custos para vinda dos conselheiros à Capital.

Oficial de Justiça entregou ordem judicial para desocupação. (Foto: Henrique Kawaminami)
Oficial de Justiça entregou ordem judicial para desocupação. (Foto: Henrique Kawaminami)
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