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Capital

Olarte acompanha depoimentos em processo por lavagem de dinheiro

Ex-prefeito, sua esposa e mais três réus foram denunciados por usar dinheiro de corrupção para a compra de imóveis na Capital

Danielle Valentim e Kleber Clajus | 22/02/2018 18:12
Gilmar e Andréia Olarte acompanharam depoimentos de acusação na 1ª Vara Criminal (Foto: Kleber Clajus)
Gilmar e Andréia Olarte acompanharam depoimentos de acusação na 1ª Vara Criminal (Foto: Kleber Clajus)

O ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), acompanhou nesta quinta-feira (22) depoimentos de acusação no processo em que foi denunciado, junto com outras quatro pessoas, por crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens na 1ª Vara Criminal.

Na primeira das sete audiências previstas foram ouvidos pelo magistrado Roberto Ferreira Filho e os réus as oito testemunhas indicadas pelo MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul). Olarte chegou acompanhado da esposa, Andréia, do advogado e de uma pasta com documentos que assegurou "provar nossa inocência".

Todo o processo durou cerca de 2h40, com um curto intervalo. Estavam na sala, além do ex-prefeito e a esposa, os também denunciados Christiane Gomes Carvalho Farinelli, Evandro Simões Farinelli e Ivamil Rodrigues de Almeida, assim como seus defensores. 

“É oportunidade de poder esclarecer, não só para o magistrado que vai julgar, mas com o tempo mostrar a população com documentos a nossa inocência. Preferimos aguardar em silêncio atendendo a recomendação [dos advogados]”, ressaltou Olarte.

Ainda serão ouvidas no processo as testemunhas de Olarte (dia 26), Andréia Olarte (dia 27), Evandro Farinelli (dia 28), Christiane Farinelli (1° de março) e Ivamil Rodrigues (5 de março), enquanto os réus passam por interrogatório no dia 6 de março. Após essa etapa, podem ser solicitados novos procedimentos, como documentos e perícia, ou acabar a coleta de provas e partir para as alegações finais.

Pecúnia - Há pouco mais de um ano o grupo foi alvo da Operação Pecúnia, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que teria apontado uso de dinheiro obtido por corrupção pelo ex-prefeito para aquisição de imóveis na Capital.

Com base em documentos apreendidos, em agosto de 2015, os investigadores apontaram a aquisição de bens no montante de R$ 4.190.500. Ocorre que foram pagos R$ 2.863.000 e as parcelas restantes deixaram de ser quitadas assim que Gilmar Olarte deixou a prefeitura, ao ser reconduzido ao cargo o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) em agosto de 2015. 

Para o MPMS, os investigados montaram um esquema de lavagem de dinheiro conseguido ilicitamente. Denúncia aceita pela Justiça, em novembro de 2016, listou o corretor Ivamil de Almeida como responsável pela compra dos imóveis, registrados posteriormente no nome de Evandro e Christiane Farinelli, "testas de ferro" do casal Gilmar e Andréia Olarte. 

Movimentação bancária e declarações de Imposto de Renda, conforme os promotores do caso, seriam incompatíveis com o patrimônio crescente do ex-prefeito durante sua gestão. Em 2014, por exemplo, houve declaração de renda de R$ 320.545,19, ante os R$ 710 mil apurados por investigadores. Haveria ainda propriedade do casal, no condomínio Dahma II, registrada no nome de Evandro e construção de prédio de R$ 1,3 milhão, com cinco de dez parcelas pendentes desde agosto de 2015, quando Olarte saiu da prefeitura.

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