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Capital

Olarte muda nome de igreja, mas mantém cultos com casa lotada

Paulo Yafusso | 05/05/2016 18:31
O nome mudou, mas vice-prefeito afastado Gilmar Olarte continua atuando na sua igreja na capital (Foto: Fernando Antunes)
O nome mudou, mas vice-prefeito afastado Gilmar Olarte continua atuando na sua igreja na capital (Foto: Fernando Antunes)

Afastado da vida política desde o ano passado, após ser retirado do cargo de prefeito e depois de vice-prefeito e ter dinheiro das contas bancárias bloqueadas pela Justiça, Gilmar Olarte vem se dedicando aos negócios junto com a esposa, Andréia Olarte, e também trabalhando em sua igreja, fundada em 2009. Como em agosto do ano passado foi proibido pela justiça de Mato Grosso de usar a logomarca e da marca ADNA, agora no prédio da igreja dele há apenas placa metálica com a inscrição “Assembleia de Deus”.

Até essa decisão da justiça, a igreja de Gilmar Olarte se chamava Assembleia de Deus Nova Aliança do Brasil, ADNA. Com a proibição, ele passou a usar o nome de fantasia Assembleia de Deus no Brasil, mas ainda mantém o registro anterior. Mas é só o que mudou na rotina religiosa do vice-prefeito afastado de Campo Grande. Segundo informou o diácono Thiago Vítor, de 33 anos, o pastor Olarte continua realizando os cultos às terças-feiras e domingos, das 19h às 21h30.

Nesses dias, conta o diácono, os fiéis lotam a igreja localizada no bairro Jardim Tijuca, com capacidade para receber 800 pessoas. Thiago Vítor conta que Olarte e a esposa, a pastora Andréia Olarte, participam sempre das atividades sociais, como a realizada na semana passada pelo Movimento Feminino.

O diácono Thiago Vítor conta que, quando passou a ser prefeito da capital, Gilmar Olarte passou a desempenhar a função de pastor eclesiástico, que atua na parte religiosa, assumindo o comando da parte administrativa outro pastor. E Olarte continua com as mesmas atribuições, mesmo tendo sido afastado da Prefeitura.

Uso do nome – A igreja evangélica ADNA (Assembleia de Deus Nova Aliança) Ministério Santa Cruz, com sede em Cuiabá, capital de Mato Grosso, entrou com ação para proibir Olarte de usar a marca e o logotipo ADNA em 2010, e reforçou o pedido depois que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Mato Grosso do Sul deflagrou a Operação Adna, deflagrada em 2014. Alegaram que danos causados pela ação do órgão do MPE (Ministério Público Estadual)

A Operação Adna investigou lavagem de dinheiro e corrupção passiva, tendo como acusados o vice-prefeito afastado Gilmar Olarte, pastores da igreja dele, além de outras pessoas que estariam envolvidos em esquema de agiotagem para levantar dinheiro para supostamente pagar contas de campanha. Em fevereiro, foi realizada audiência no Tribunal de Justiça, onde testemunhas e réus foram ouvidos pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini.

A igreja de Gilmar Olarte também enfrenta o risco de ter que deixar a área em que foi construída. Ação proposta pelo MPE (Ministério Público Estadual) pede a devolução da área da edificação, sob a alegação de que o termo de uso concedido pelo município não tem validade. Já houve decisão judicial para que a Prefeitura retome a área onde está a igreja Assembleia de Deus no Brasil, e desde março o município prepara o cumprimento da determinação desde março deste ano.

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