"Agiotagem" movimentou R$ 250 mil, mas não há provas contra Olarte
O MPE (Ministério Público Estadual) tem provas documentais de que o ex-assessor da prefeitura, Ronan Feitosa, captou R$ 250 mil em cheques no suposto esquema de agiotagem. A informação é do advogado Jail Benitez Azambuja, da defesa de Gilmar Olarte (PP), que destacou não ter provas contra o prefeito. O Gaeco ( Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) aponta que o suposto esquema movimentou R$ 980 mil.
Conforme o advogado, os cheques anexados ao processo são de valores distintos e chegam a R$ 10 mil. “São cheques de R$ 700, R$ 1.000, alguns de R$ 5 mil a 10 mil. São esses valores”, disse.
As lâminas mais recentes, segundo ele, são de julho de 2013 e as mais antigas, de novembro de 2012, portanto de período anterior ao começo do processo de cassação de Alcides Bernal (PP), que se deu em 15 de outubro com a aprovação da Comissão Processante da Câmara de Campo Grande.
Segundo Azambuja, Ronan trocava cheques de terceiros e prometia vantagens dentro da prefeitura. De acordo com o advogado, não foi comprovado que as promessas foram concretizadas.
Ele reitera que o próprio Feitosa negou, peremptoriamente, em seu depoimento, que fosse do conhecimento de Gilmar Olarte, o ‘uso’ de seu nome; negou, também, no seu depoimento, que o prefeito tivesse recebido qualquer vantagem decorrentes dos empréstimos.
"Ele agiu por interesse próprio e se utilizava do nome da prefeitura para isso. Mas, ele mesmo afirmou que Olarte não tinha participação nisso", disse.
Questionado se o progressista tinha conhecimento sobre as ações de Ronan, o advogado afirmou que o fato motivou a procura do atual secretário de Governo, Rodrigo Pimentel, foi apenas para orientação.
"Ele (Olarte) procurou o Pimentel justamente nessa época para ver o que poderia fazer. E por isso ele foi inserido nesse processo", declarou.
Por fim, Azambuja lamentou a forma de condução do processo pelo Ministério Público e afirmou que o processo não tem consistência.
A denúncia foi feita e, agora, é analisada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O relator é o desembargador Luís Carlos Bonassini.