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Capital

Ônibus vermelho sangue muda cara de coletivos para mostrar riscos da negligência

São 5 ônibus batizados de “infomóvel” que estarão circulando pela cidade, adesivados com dados preocupantes

Por Izabela Cavalcanti | 31/05/2024 09:11
Ônibus adesivado com dados sobre mortes no trânsito (Foto: Marcos Maluf)
Ônibus adesivado com dados sobre mortes no trânsito (Foto: Marcos Maluf)

O transporte coletivo de Campo Grande estará de “cara” nova até julho. O motivo da mudança em alguns ônibus é para conscientizar a população sobre os acidentes de trânsito no trajeto do trabalho, por meio da campanha “Um dia tranquilo de trabalho começa no trânsito”. Essa é uma iniciativa do TRT/MS (Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região) em parceria com o Consórcio Guaicurus.

Para chamar a atenção, cinco ônibus batizados de “infomóvel” estarão circulando pela cidade com adesivos alertando sobre dados preocupantes: “82% dos mortos no trânsito estavam em motos”; e “18% dos mortos no trânsito estavam em carros”.

Além disso, nas redes sociais e nos abrigos de ônibus Pegfácil, também terão frases para conscientizar a população. A pergunta “Já pensou nisso?” explica que atravessar fora da faixa é uma das principais causas de atropelamento e que usar o celular na rua aumenta em 80% as chances de acidente de trânsito. Também mostra que acidente no caminho do trabalho também é acidente de trabalho.

“A segurança é uma responsabilidade compartilhada, e acreditamos que, com a colaboração de todos, podemos criar um trânsito mais seguro e reduzir significativamente os índices de acidentes”, destacou o diretor de operações do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor Oliveira.

O moto entregador, Claudio Silva, de 33 anos, diz que já se envolveu em três acidentes, e o mais recente foi há 6 meses, na Avenida Afonso Pena.

“Levei uma fechada de um carro e quebrei o braço. Fiquei 15 dias parado. Hoje em dia, depois dessa leva de aplicativos, fez um ‘boom’ na nossa categoria. O pessoal pega uma moto, um celular e acha que já é entregador, e anda descuidado. Tanto carro quanto a moto, ninguém respeita a sinalização. A pessoa precisa entender que dirige para ela e para o restante”, pontuou.

Elias Ramon Sanches, de 37 anos, passou pela mesma situação no ano passado na mesma avenida, e reclama da falta de atenção dos motoristas.

Elias fazendo entrega de alimento em residência (Foto: Marcos Maluf)
Elias fazendo entrega de alimento em residência (Foto: Marcos Maluf)

“O maior problema é a falta atenção das pessoas. Está muito complicado andar de moto. As pessoas não respeitam a sinalização. Eu não arrisco, reduzo até no sinal verde”, destacou.

Dados - De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho de 2022, um a cada cinco acidentes de trabalho registrados em Mato Grosso do Sul ocorrem no trajeto casa-trabalho-casa. As informações da pesquisa foram repassadas pelo Consórcio Guaicurus para exemplificar a situação.

Foram registrados 10.046 acidentes de trabalho no Estado, dos quais 1.979 ocorreram no deslocamento do trabalhador. Do total de acidentes de trajeto, 56% ocorreram com homens.

Ainda conforme a pesquisa, de 2020 a 2022, 10% dos acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul foram causados por carros, caminhões e motocicletas. Em relação aos óbitos, o índice mostra que 41% das mortes por acidentes de trabalho tiveram veículos como os causadores.

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