Operação Pantanal vai durar 365 dias e com reforço de mais 408 bombeiros
Corpo de Bombeiros anunciou nesta quarta-feira as mudanças para o próximo ano de combate aos incêndios
No próximo ano, o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) terá novo fôlego para tocar em frente à Operação Pantanal com reforço no efetivo, cursos e nova frota de veículos. Durante coletiva realizada nesta quarta-feira (11), na DPA (Diretoria de Proteção Ambiental), foi divulgado que a força-tarefa vai durar 365 dias ao invés de apenas 267 dias como neste ano.
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O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) anunciou reforços para a Operação Pantanal de 2025, incluindo aumento do efetivo para 408 militares (240 temporários e 168 novos soldados), aquisição de 40 novas caminhonetes, e cursos de pilotagem de embarcação e combate a incêndios florestais. A operação será estendida para 365 dias, com 11 bases ativas, e visa combater os incêndios florestais no Pantanal, após um ano de 2024 que, apesar de menos crítico que 2022 (com 1,6 milhões de hectares queimados contra 3 milhões), ainda apresentou desafios devido à baixa pluviosidade. Houve também uma troca de comando na Diretoria de Proteção Ambiental (DPA).
A coletiva realizada para divulgar as novidades do próximo ano também trouxe o balanço da Operação Pantanal 2024 e contou com a entrega de comando da tenente Tatiane Dias de Oliveira para o major Eduardo Teixeira, que assume a direção da DPA.
Sobre a operação de 2024, o subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, Frederico Reis Pouso Salas comenta que as estatísticas da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) indicaram desde o ínicio que não seria um ano fácil para o Pantanal.
“Os dados mostraram que seria um ano bastante atípico devido aos baixos índices de chuva, índice do Rio Paraguai com a menor profundidade. Assumimos esse compromisso e nos preparamos melhor, implantamos as nossas bases no Pantanal [...] entendemos que foi um ano bastante exitoso, mas conseguimos cumprir essa missão muito bem”, comenta.
A área queimada no Pantanal sul-mato-grossense, segundo o subcomandante, correspondeu a 1,6 milhão de hectares. Comparado ao ano mais crítico, em 2022, o número ainda é menor. Há dois anos, o Pantanal teve três milhões de hectares atingidos pelos incêndios.
Hoje, no bioma que está no território do Estado não há nenhum foco de incêndio ativo. “Estamos monitorando ainda um fogo que está ao lado de Mato Grosso e temos equipes na Serra do Amolar, mas hoje não temos nenhum incêndio em andamento”, completa o subcomandante geral.
Com 11 bases instaladas em diferentes regiões do Pantanal, apenas uma está ativa na Serra do Amolar. As demais, conforme repassado durante a coletiva, estão temporariamente inativas e passam por manutenção de equipamentos.
Planos para 2025 - No próximo ano, o CBMMS deve se preparar de forma diferente para a Operação Pantanal. A primeira delas é que a força-tarefa será realizada o ano todo, durante os 235 dias e a segunda é que mais militares serão enviados para atuar no Pantanal.
Ao todo, 408 vão atuar no combate e prevenção aos incêndios, sendo 240 militares temporários e 168 novos soldados. As 11 bases também estarão ativas, com quatro militares alocados em cada uma e uma viatura por equipe.
O governo do Estado investiu na compra de 40 caminhonetes que vão substituir os veículos que estão desgastados. Além disso, os militares direcionados para a força-tarefa terão que passar pelos cursos de pilotagem de embarcação e combate a incêndio florestal.
O subcomandante geral explica que esses cursos irão preparar o efetivo. “Identificamos que esse curso foi algo que faltou nesse ano e ano que vem vamos trabalhar mais para que a gente tenha um resultado melhor ainda”, afirma.
Ele destaca que a operação será desenvolvida em duas fases diferentes com a finalidade de se preparar para qualquer eventualidade. “A gente inicia a frase de prevenção, depois vem a preparação que entra todos esses cursos. Como podemos ser surpreendidos, como aconteceu neste ano, podemos antecipar a fase de resposta realizando a preparação e prevenção juntos”, pontua.
A apresentação do balanço também rendeu o compartilhamento de experiências de quem atuou na linha de frente do combate aos incêndios. Segundo o sargento, Celso Matheus Barbosa, fala sobre as dificuldades de combater o fogo e outras que surgiram no meio do caminho.
“A gente sabe a dimensão do nosso Pantanal. O contato direto com o fogo requer uma certa experiência e precisamos de todo o suporte, tanto de pessoas quanto de alimentação, pouso. [...] Foi bastante cansativo, algumas noites nós tivemos que ficar acordados por causa do combate à questão da propagação da chama", relata.
Cabo do Corpo de Bombeiros, Luiz Carlos Muller, conta que, apesar dos desafios, é sempre gratificante cumprir a missão. “Quando estamos combatendo uma área e conseguimos vencer o fogo, nós conseguimos proteger o meio ambiente, fauna, flora, comunidades”, declara.
Troca de comando - A manhã desta quarta-feira foi marcada pela troca de comando da DPA. A tenente Tatiane Dias de Oliveira entregou o cargo para assumir a diretoria do setor de comunicação do CBMMS. Ela declara que se despede da função com a sensação de dever cumprido.
“Foram muitos desafios, mas olhando tudo que conseguimos evoluir em pouco espaço de tempo, com a ajuda de muitos, é gratificante. Eu saio com essa sensação para um novo desafio dentro da corporação, mas certa que Mato Grosso do Sul está numa política bem organizada”, pontua.
O secretário da Sejusp, Antonio Carlos Videira, participou do evento de hoje, onde parabenizou os militares e falou sobre o trabalho de Tatiane. "Ela mostrou competência liderando, sendo um exemplo de eficiência, dedicação. Ela cumpriu a missão e agora vai para uma nova desafiadora, mas deixa um legado para todos nós”, diz.
O Major Eduardo Teixeira é quem assume o posto na direção da DPA. Ele fala que a proposta do trabalho é dar continuidade à operação de forma eficiente no próximo ano. “Estamos mudando de uma temporada de incêndios florestais para um contexto de operação continuada, não estamos nos mobilizando como nos anos anteriores. Voltaremos com mais força para o ano que vem para o período crítico”, ressalta.
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