Órgãos de defesa do trabalhador pedem providências sobre funcionário humilhado
Entidades chegaram a ir no Carrefour conversar e saber detalhes da situação, mas vítima e autora não estavam
O flagrante de um funcionário do Carrefour em Campo Grande sendo humilhado pela gerente, enquanto limpava o chão ajoelhado, repercutiu nacionalmente principalmente na internet, gerou indignação da população e repúdio de entidades de defesa dos trabalhadores do comércio como a Fetracom (Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul) e o SECCG (Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande).
Ambos os órgãos chegaram a mandar equipes ao hipermercado para pedir providências e conversar com outros funcionários para saber mais detalhes da situação, mas não encontraram nem a vítima, nem a autora.
Às equipes, a direção da empresa informou que a mulher foi afastada do cargo, que esse não é um procedimento autorizado pela empresa e que será aberta uma investigação interna.
No local, ao presidente do SECCG, Carlos Sérgio dos Santos, foi informado ainda que o Pedro Henrique Monteiro da Silva, de 22 anos, vítima da humilhação, não estava na loja, pois estava de folga, mas a entidade deve retornar para conversar com ele e com a autora e verificar se há outros envolvidos em situações semelhantes que fere as legislações brasileiras, entre a CLT e a Convenção Coletiva de Trabalho, firmada entre ambas as partes, patronal e laboral.
“Queremos entender o que se passou ali para poder evitar que casos como esse voltem a se repetir”, disse Carlos.
Segundo o presidente da Fetracom/MS Douglas Rodrigues Silgueiro, a empresa é obrigada a tomar conhecimento de como seus colaboradores são tratados para evitar episódios como este, que são imorais e ilegais. “Casos como esse nunca deveriam acontecer em pleno século XXI. O Carrefour tem responsabilidade pelo que acontece em suas lojas, especialmente, com seus funcionários”, afirmou.
O caso foi flagrado por uma cliente na loja de Campo Grande e trouxe à tona denúncias de outras situações de abuso cometidas pela supervisora. Depois da publicação do vídeo nas redes sociais, surgiram outras denúncias de funcionários sobre assédio moral cometido pela mesma gerente.