Padrasto é suspeito de estuprar enteada durante idas da esposa à igreja
Chorando, menina procurou a tia e contou que era estuprada por padrasto
Chorando, uma menina de 11 anos procurou a tia para pedir ajuda após ser abusada sexualmente pelo padrasto, no Bairro Montevidéu, em Campo Grande. O caso foi registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), na noite do último sábado (23) e a denúncia será investigada pela Polícia Civil.
De acordo com as informações que constam em registro de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada pela tia da criança, por volta das 23 horas de sábado. Aos policiais, a mulher de 39 anos contou que foi procurada pela sobrinha, que chegou na casa bastante abalada e chorando.
Para a tia, a menina contou que foi abusada pelo padrasto. Segundo o relato, o homem aproveitava as idas da esposa à igreja, deitava ao lado da menina na cama e passava a mão nas partes íntimas, também a beijava na boca. Com medo, a menina disse que não contou para a mãe e decidiu procurar a tia.
A PM foi até a casa do suspeito e foi recebida pela mãe da criança, uma mulher de 35 anos. Questionada pelos policiais, a mulher disse que não acreditava na filha, que a menina estaria falando por rebeldia e influência de parentes.
O homem não estava em casa no momento, pois teria discutido com outra enteada e saiu. Diante dos fatos, tia, mãe e a vítima foram encaminhadas para a Deam, delegacia que estava em plantão, onde o caso foi registrado como estupro de vulnerável.
Na delegacia, a menina afirmou que o crime ocorreu por cerca de cinco vezes e não denunciou antes, pois era ameaçada de morte pelo padrasto. A criança ainda relatou ter medo de voltar para a mesma residência que o suspeito mora.
Campanha - O Governo do Estado lançou, no último dia 19 de outubro, a campanha estadual de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes. Uma cartilha virtual aborda temas referentes à garantia dos direitos e informações para perceber ou prevenir violências. Em Mato Grosso do Sul, a Lei nº 1.799/1997 institui o dia 6 de outubro como “Dia Estadual de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
De acordo com a delegada titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Fernanda Félix, a violência sexual acarreta graves prejuízos ao desenvolvimento da criança ou do adolescente e discorre alguns sintomas de que a criança pode ter sido vítima de abuso sexual, como:
Exacerbação do nível de ansiedade; tristeza profunda; agressividade; instabilidade emocional; confusão de sentimentos em relação à figura opressora (amor e ódio); problemas escolares (baixo rendimento, Isolamento, brigas com colegas); curiosidade sexual excessiva;exposição frequente dos genitais; brincadeiras ou jogos sexualizados; comportamentos autodestrutivos / ideação suicida; agressividade sexual; distúrbios na alimentação ou no sono (insônia, pesadelos); masturbação excessiva; uso ou abuso de álcool; conhecimento sexual inapropriado para a idade; marcas e hematomas no corpo: olhos, rostos, pernas, braços; doenças sexualmente transmissíveis; ferimentos e queimaduras diversas e gravidez.
A cartilha ainda traz como alerta que: os pais devem dar toda a atenção que puder; saber sempre onde estão, com quem estão e o que estão fazendo; ensinar a não aceitar convites, dinheiro, comida e favores de estranhos, especialmente em troca de carinho; sempre os acompanhar em consultas médicas; conversar: crie um ambiente familiar tranquilo; conhecer seus amigos, principalmente os mais velhos; supervisionar o uso da internet (Facebook, Twitter, chats, etc.); orientar a não responderem e-mails de desconhecidos, muito menos enviarem fotos ou fornecerem dados (nome, idade, telefone, endereço, etc.), ou, ainda, informarem suas senhas da internet a outras pessoas, por mais amigas que sejam.