Com consultas marcadas, pacientes dão de cara com portas fechadas do CEM
Cerca de 20 pessoas vieram do interior para serem atendidos nesta quinta-feira (17)

Com as guias em mãos, pacientes que tinham consultas no CEM (Centro Especializado Municipal) marcadas para esta quinta-feira (17) deram de cara com as portas fechadas. Na entrada do local um cartaz impresso justificada o fechamento: "devido ao feriado de Páscoa, não abriremos".
RESUMO
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Pacientes que tinham consultas marcadas no CEM (Centro Especializado Municipal) em Campo Grande foram surpreendidos com o fechamento do local devido ao feriado de Páscoa. A Prefeitura decretou ponto facultativo, mas muitos não foram avisados, incluindo pessoas que viajaram de cidades distantes. A situação gerou revolta entre os pacientes, que criticaram a falta de comunicação e o descaso, especialmente aqueles que aguardavam há meses por atendimento. A Prefeitura ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
A Prefeitura de Campo Grande decretou ponto facultativo na véspera do feriado da Paixão de Cristo, nesta sexta-feira (18). O feriado prolongado segue até segunda-feira (21), e os atendimentos voltarão apenas na próxima terça-feira (22).
Entre os pacientes que ficaram sem atendimento hoje, cerca de 20 pessoas vieram do interior com transporte público das prefeituras municipais do interior. É o caso da dona de casa, Cícera Bispo, de 56 anos. Ela veio de Corguinho, cidade a 100 quilômetros de Campo Grande para uma consulta com reumatologista.
“Não foi avisado. Ontem recebi ligação da Secretaria confirmando e hoje o carro da Prefeitura me trouxe. Sai de lá 4 horas da manhã. Isso é revoltante, é um descaso com o ser humano, com a gente”, criticou.
De Rio Verde, cidade a 207 quilômetros de Campo Grande, o radialista Ailson Fernandes, de 55 anos, madrugou para a consulta, que está esperando a um ano e meio. “É um descaso muito grande com a gente, eu saí de casa 1h da manhã. Chega aqui, cheio de pessoas idosas, com problema de saúde, que deixaram emprego, a casa. É muito desprezo essa situação com a gente”, afirmou.
Já o aposentado José Brites, de 65 anos, estava acompanhando o neto, de 12 anos, que é autista e tem epilepsia, em uma consulta psiquiátrica que estava aguardando o retorno há 9 meses. “O problema são os remédios dele, que a gente não sabe se está fazendo bem ou se está fazendo mal para ele, porque ele está tendo convulsão direto”, detalhou.
Segundo ele, não houve aviso que os atendimentos não estariam funcionando. “A gente pegou ontem esse papel lá no posto, nem lá no posto não avisaram, é um descaso”, relatou.
A aposentada Maria Helena, de 76 anos, reclama que as pessoas com consultas agendadas deveriam ser informadas. “Faz mais de mês que estou esperando, e assim, avisasse pelo menos. Tem gente de todo lugar, aí a gente chega e só tem uma placa? Não é certo”, disse.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) afirmou que antes da publicação do decreto que determinou ponto facultativo nesta quinta-feira as agendas de atendimento para esta data já estavam abertas.
Com a publicação emendando o feriado, a parta informou que a Central de Regulação de Campo Grande comunicou os 78 municípios e os pacientes residentes em Campo Grande sobre a suspensão temporária dos atendimentos, em razão do ponto facultativo.
"As notificações foram realizadas atenciosamente por e-mail, telefone e, inclusive, por mensagens via WhatsApp, com orientações sobre o reagendamento das consultas. Ainda assim, a SESAU esclarece que alguns pacientes não puderam ser contatados, seja pela ausência de resposta às chamadas telefônicas ou à falta de retorno às mensagens enviadas", disse.
Matéria atualizada às 12h10 para acréscimo de informação.
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