Para alunas, proibir celular não dá fim a brigas em escola
Na Escola Teotônio Vilela, alunos se sentem descontentes com a proibição e pais estão receosos após briga
Quatro dias depois de um vídeo em que duas alunas aparecem brigando em sala de aula, o clima entre os estudantes na Escola Estadual Teotônio Vilela, no Bairro Universitário, se divide entre o descontentamento, diante da proibição do uso de celulares na unidade. Mas também receio dos pais.
A repositora Lucileide Marques de Souza, de 41 anos, conta que está preocupada com a segurança da filha, de 16 anos, e do filho, de 11, que estão matriculados há anos no colégio. "Nunca fiquei sabendo de nada, de nenhuma briga. Mas a gente fica preocupada, sim", disse em frente ao colégio.
Após a repercussão do vídeo, a SED (Secretaria Estadual de Educação), informou que a direção da escola vai fazer valer a proibição do uso do aparelho celular durante as aulas, conforme já determina o regimento escolar. A notícia desagradou os alunos. "Eles vão proibir o celular só porque gravaram a briga, mas vai dar na mesma. Se brigarem aqui fora os alunos vão gravar do mesmo jeito. Todo ano tem briga", comenta uma estudante.
Entre as alunas, a opinião é de que a proibição do uso de celular é inútil. "Eles não deveriam proibir o uso do celular, porque não vai adiantar nada. Tem gente que vem para mexer no celular e quem vem para estudar", conta outra aluna.
"Eu acho ruim, me sinto prejudicada, só por causa dessa briga, proibiram (o celular)? De manhã sempre teve briga, mas a noite não é comum", completa uma estudante. As identidades de todas as alunas entrevistadas foram preservadas, por se tratarem de adolescentes.
A direção da escola Teotônio Vilela preferiu não conversar com a reportagem. Em nota a SED informou que foi feito por parte da gestão, "um reforço acerca do regimento escolar, que proíbe o uso do aparelho celular durante as aulas, com orientações sobre a divulgação de vídeos que contenham outros estudantes sem as devidas autorizações dos mesmos".
A SED também ressaltou que para coibir ações que resultem em brigas e/ou agressões no ambiente escolar, a Secretaria de Estado de Educação, por intermédio da Coordenadoria de Psicologia Educacional, "trabalha com um conjunto de orientações, manuais e ações pontuais, visando tirar possíveis dúvidas sobre procedimentos e sobre como a Rede de Atendimento pode ser acionada diante dos diferentes contextos observados no ambiente escolar", finaliza.
Viralizou - Em vídeo enviado ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas, duas alunas da Escola Estadual Teotônio Vilela aparecem grudadas uma do cabelo da outra dentro da sala de aula enquanto um professor passava atividades. (Confira aqui o vídeo)