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Capital

Para atuar no transporte público, venezuelanos recebem capacitação e CNH regular

Neste mês, Consórcio Guaicurus receberá 16 venezuelanos para preencher vagas de motoristas e mecânicos

Por Mylena Fraiha | 10/03/2025 11:23
Para atuar no transporte público, venezuelanos recebem capacitação e CNH regular
Gregori mostra CNH e brinde recebido durante solenidade, na sede do Sest-Senat, no bairro Chácara Cachoeira (Foto: Marcos Maluf).

Em busca de mão de obra qualificada, o Consórcio Guaicurus receberá 16 venezuelanos em março para ocupar vagas de motoristas e mecânicos em Campo Grande. Com apoio do governo do Estado, do Detran-MS (Departamento de Trânsito do Mato Grosso do Sul) e do Sest-Senat, os imigrantes receberão capacitação e a documentação necessária, como a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), para ingressar no mercado de trabalho.

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O Consórcio Guaicurus, em Campo Grande, receberá 16 venezuelanos em março para atuar como motoristas e mecânicos, com apoio do governo do Estado e do Detran-MS. Os imigrantes receberão capacitação e CNH para ingressar no mercado de trabalho. Gregori José Espin Leon, um dos primeiros a concluir o processo, veio ao Brasil devido à crise na Venezuela e agora se prepara para trabalhar como motorista de ônibus. O Estado abriga 10.827 venezuelanos, superando a comunidade paraguaia. A agroindústria é o setor que mais demanda mão de obra, e o vice-governador destaca o crescimento econômico do Estado como atrativo para imigrantes.

De acordo com o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, a expectativa é que esse número aumente ao longo do ano. Segundo ele, 34 famílias estão em processo de regularização para se estabelecer na Capital. “Falta motorista e falta mecânico, e isso acontece em todo o Estado. Como não estávamos conseguindo contratar, vimos nisso uma oportunidade”, afirmou.

Entre os trâmites necessários para o emprego formal, está a regulamentação de documentos, como a CNH. Na manhã desta segunda-feira (10), um evento oficial, realizado na sede do Sest-Senat, no bairro Chácara Cachoeira, marcou a entrega de uma das primeiras CNHs validadas de estrangeiros que irão atuar no transporte público da Capital.

Para atuar no transporte público, venezuelanos recebem capacitação e CNH regular
Ao lado do vice-governador de MS, Gregori José e sua família recebem a CNH validada e uma homenagem (Foto: Marcos Maluf).

O venezuelano Gregori José Espin Leon, de 31 anos, foi um dos primeiros imigrantes a concluir esse processo. Ele chegou a Campo Grande com a esposa e três filhas pequenas. Militar de carreira em seu país, Gregori comenta que veio ao Brasil em dezembro de 2023 devido à crise política e econômica na Venezuela.

Inicialmente, ele relata que passou por Roraima, onde foi atendido pelo Projeto Acolhida, do governo federal. “Cheguei sem saber falar português e ainda sigo tentando melhorar, mas aquele início foi difícil para todo mundo”, relembra.

Para atuar no transporte público, venezuelanos recebem capacitação e CNH regular
Gregori relata que passou por Roraima, onde foi atendido pelo Projeto Acolhida, do governo federal (Foto: Marcos Maluf).

Em Roraima, Gregori trabalhou como motorista durante o dia e à noite atuava em uma empresa de estruturas de concreto pré-moldado. Foi então que surgiu a oportunidade de vir para Mato Grosso do Sul. “Havia uma encarregada dos venezuelanos chamada Mayra, que me falou sobre um planejamento para trazer motoristas profissionais para Campo Grande. Fiz o cadastro e aguardei cerca de um mês”, conta.

Agora, com a documentação em mãos, ele vê sua mudança como uma “nova oportunidade” e se prepara para trabalhar como motorista de ônibus. No dia 17 de março, inicia o Curso Especializado para Transporte Coletivo de Passageiros no Sest-Senat, etapa essencial para sua atuação profissional. “Aqui no Brasil há brasileiros que são uma mão amiga. Eles me contrataram e me deram as dicas necessárias para fazer um trabalho de qualidade”, comenta.

Oportunidades – A busca por emprego e melhor qualidade de vida tem atraído um número crescente de venezuelanos para Mato Grosso do Sul. Segundo dados da Polícia Federal, divulgados em março do ano passado, o Estado abriga 10.827 imigrantes venezuelanos, superando a comunidade paraguaia, que historicamente era a maior na região e, no mesmo período, contava com 9.789 residentes.

Além do setor de transportes, outras áreas seguem absorvendo esses trabalhadores. Segundo o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PSD), a agroindústria é atualmente o setor que mais demanda mão de obra.

“Nós temos, hoje, uma necessidade de mão de obra. Por isso, a acolhida desses irmãos estrangeiros — não apenas venezuelanos, mas também de outros países, como o Haiti, que envia muitos imigrantes ao Brasil — é extremamente importante. Precisamos não só aproveitar essa mão de obra, mas também qualificá-la, para que possa ocupar espaços relevantes no mercado de trabalho. Isso contribui para o crescimento e desenvolvimento das famílias”, destaca o vice-governador.

Barbosinha também ressalta o potencial econômico do Estado como fator decisivo para essa movimentação migratória. “Mato Grosso do Sul é o estado que mais cresce no país, com previsão de ter o maior PIB e o maior crescimento econômico em 2025. Somos um estado próspero, a bola da vez do investimento nacional. O Brasil e o mundo olham para Mato Grosso do Sul com um olhar diferenciado, reconhecendo um estado que cresce e cresce de forma sustentável”.

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