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Capital

Sem mão de obra, consórcio contrata venezuelanos para o transporte coletivo

Em nota, o consórcio informou que a contratação também visa corresponder aos valores humanitários da empresa

Por Lucia Morel e Izabela Cavalcanti | 17/01/2025 15:05
Sem mão de obra, consórcio contrata venezuelanos para o transporte coletivo
Dois veículos do transporte coletivo que foram entregues em 2023. (Foto: Divulgação/PMCG)

Com mão de obra escassa entre brasileiros, o Consórcio Guaicurus está recrutando venezuelanos para trabalhar. O ex-diretor-presidente da empresa, João Rezende, afirmou que há sim falta de motoristas qualificados aqui em Campo Grande, bem como em todo Brasil.

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Devido à escassez de motoristas no Brasil, o Consórcio Guaicurus está contratando venezuelanos através da Operação Acolhida do Exército Brasileiro. A empresa justifica a decisão com base em valores humanitários e responsabilidade social, além de destacar os benefícios econômicos e a promoção da diversidade. Porém, um grupo de funcionários e ex-funcionários critica a medida, argumentando que a empresa deveria priorizar a valorização e treinamento de profissionais locais, em vez de contratar estrangeiros, especialmente considerando a perda de motoristas para outras empresas, como a Suzano.

“Hoje nós temos um grande desafio, porque falta mão de obra, inclusive no nosso setor. Hoje é muito comum: falta pedreiro, falta eletricista, falta motorista no Brasil inteiro e aqui nós também estamos com esse desafio”, sustentou em 7 de janeiro, quando deixou a presidência do grupo dando lugar a Themis de Oliveira, atual diretor-presidente.

Na ocasião, ele falou da possível contratação de venezuelanos a partir da Operação Acolhida, do Exército Brasileiro. “Nós inclusive temos uma parceria com a Delegacia do Trabalho. Nós estamos inclusive indo a Boa Vista, em Roraima, porque lá o Exército Brasileiro tem uma operação chamada Operação Acolhida que está recepcionando os venezuelanos e interiorizando. Nós estamos indo em busca dessas pessoas para trabalhar”.

Em nota, o consórcio informou que a contratação também visa corresponder aos valores humanitários e à responsabilidade social da empresa. “Ao incluir refugiados venezuelanos em nosso quadro de colaboradores, o Consórcio Guaicurus reforça seu papel social na acolhida e integração dessas pessoas. O processo é coordenado por organizações especializadas, que asseguram o cumprimento das normas legais e fornecem o apoio necessário para a adaptação ao novo contexto social e profissional.”

O comunicado da empresa ainda ressalta que incluir trabalhadores venezuelanos “fortalece a economia local e promove a diversidade, respeitando as diferenças”, e por fim que a medida mostra “que a solidariedade, a colaboração entre diferentes entidades e o envolvimento de empresas locais são fundamentais para transformar vidas e fortalecer a convivência em nossa cidade.”

Outro lado - Grupo online formado por empregados ou ex-empregados do Consórcio Guaicurus, o Ligados no Transporte informou nas redes sociais que a contratação de estrangeiros decorre da falta de mão de obra principalmente porque muitos motoristas saíram da empresa depois da instalação da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo.

“Com a escassez de mão de obra e perda de profissionais para o mercado de fretamento com a instalação da gigante Suzano em Ribas do Rio Pardo, foi a alternativa buscada pelo consórcio para poder cumprir com horários que somem misteriosamente do site e dos ônibus que não aparecem no ponto de ônibus, deixando os passageiros à mercê da sorte”, cita a publicação.

Ele reclama da atitude da empresa, que deveria valorizar os profissionais que já trabalham na empresa e investir na formação de novos trabalhadores daqui, oferecendo habilitação categoria D e curso de transporte coletivo. “O Voucher Transportador oferecido pelo governo estadual não supre a demanda e encaminha os profissionais para outras empresas”, relata o grupo.

Por fim, a publicação diz que o consórcio estaria oferecendo alojamento e passagens aos venezuelanos e há 150 vagas para eles.

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