Para evitar preconceito, comunidades terão 15 vagas para pessoas LGBTQIA+
Prefeitura renovou convênio de comunidades terapêuticas que atendem dependentes químicos
A Prefeitura de Campo Grande renovou convênio com comunidades terapêuticas do município e incluiu 15 vagas específicas para atendimento do público LGBTQIA+. Assinado nesta sexta-feira (23), termo de colaboração entre SDHU (Secretaria de Desenvolvimento Humano e Urbano) e Fesmact (Federação Sul-Mato-Grossense de Comunidades Terapêuticas) visa acolher e reinserir pessoas com dependência de substâncias psicoativas na sociedade.
No total, a parceria envolve 11 comunidades terapêuticas, com aumento de 300 para 315 vagas disponíveis.
A ampliação das vagas busca não apenas tratar a dependência química, mas também promover a reinserção na sociedade. Através da efetivação de políticas públicas, como educação, qualificação profissional e empregabilidade, o programa almeja permitir que indivíduos recuperados tenham a oportunidade de reconstruir suas vidas e contribuir de maneira positiva para a comunidade.
Uma das grandes novidades dessa ampliação é a destinação de 15 vagas específicas para o público LGBTQIA+.
A medida visa reconhecer as particularidades e desafios enfrentados por essa população no contexto da dependência de substâncias psicoativas.
A coordenadora de Políticas LGBTQIA+ da SDHU, Cris Stefanny, explica que as vagas são importantes para acolher a população, que muitas vezes está em situação de rua. “Vai ser um local diferenciado, acolhedor. As mulheres trans, por exemplo, estarão juntas com outras mulheres”.
Ela ressalta que o Brasil é o país com maior número de mortes de tais grupos, e que medidas como essa são importantes para garantir a defesa dos direitos humanos. “Não se trata de concordar ou aceitar, mas sim respeitar. Porque estamos falando de vidas.”
A prefeita Adriane Lopes (Patriota) ressalta que Campo Grande é uma das capitais com menor população em situação de rua e que a destinação de profissionais específicos vai aumentar o acolhimento. “Assinar essa renovação [de convênio] hoje soa como música, porque sabemos as dificuldades que as comunidades terapêuticas sofrem”.
“Precisamos oferecer essas vagas, porque, muitas vezes, os trans sofriam com o preconceito nas comunidades. Mas não por parte das direções das comunidades, e sim dos outros acolhidos. Então, essa comunidade foi preparada para acolher de maneira adequada.”
A subsecretária Thais Helena Vieira Rosa Gomes ressalta que o processo de recuperação da dependência química também exige “olhar diferenciado”. “Estamos renovando a liderança com parceiros que já realizavam esse trabalho antes mesmo de ter a contrapartida do município.”