Para família, atuação da polícia piorou crise que resultou em assassinato
A família de Marco Alves Martins, 56 anos, morto pelo filho nesta quarta-feira (19) no bairro Los Angeles disse que a atuação da PM (Polícia Militar) piorou a crise entre os dois que resultou no homicídio. Os familiares dizem que o assassino, Marcos Aurélio Aquino Martins, 28 anos, foi agredido por uma guarnição da polícia, mas foi solto em seguida.
Pai e filho moravam na mesma rua, a Capistrano de Abreu, um em frente à casa do outro. A vítima é velada na casa onde o acusado pela morte morava.
Segundo Mário Márcio Aquino Martins, 28 anos, os policiais estiveram no local e bateram no rapaz. Depois de liberado pelos policiais, o acusado voltou e prometeu matar o pai.
Mário disse que ele e o pai ligaram pelo menos dez vezes para o telefone 190, mas não foram atendidos.
A briga começou porque Marcos fez trabalhos de servente de pedreiro para um vizinho, mas que não recebeu. Ele então começou a agredir o que havia contratado e o pai resolveu intervir, mas acabou agredido também. De acordo com os familiares o dinheiro seria usado para comprar drogas.
Há 20 dias uma das brigas entre pai e filho terminou com o homem com o braço ferido. Marco ainda estava com o braço enfaixado quando foi morto.O rapaz também agrediu a mãe que estava com leucemia. Ela acabou morrendo dois dias depois.
“Ele se transformava em outra pessoa quando estava sob efeito de alcool e drogas”, contou Mário. O irmão dele é usuário de pasta base e maconha há quatro anos, além de beber em excesso.
Depois da briga, a vítima foi até um bar, chegou a desviar de caminho para voltar para casa e na volta encontrou o filho. Marcos Aurélio então se aproximou e esfaqueou o pai, que tentou se defender e foi golpeado mais duas vezes. Já caído, o rapaz desferiu mais duas facadas.
“Cansei de ver os dois brigarem e esperava que fosse dar em morte. Eles se desrespeitavam e não tinha medo um do outro”, contou o vizinho Luciano de Souza Machado, 59 anos.
O tio do morto, Josilvo Oliveira Batista, 47 anos, também disse que o sobrinho era tranquilo e ficava alterado quando se drogava. “Quando não estava sob efeito de drogas era prestativo, fica agressivo quando estava usando”, afirmou. Nos últimos dias ele usava drogas e bebia sem parar.
Tanto Mário quanto Josilvo disseram que têm medo de que Marcos seja solto, já que ele disse não ter se arrependido de ter matado o pai. Mário, que morava com o assassino, disse que já apanhou dele.
O Campo Grande News entrou em contato com o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) para saber a respeito da demora alegada pela família e a informação do diretor do Centro, o delegado Fernando Lousada, é de que será feito um levantamento para saber se houve atendimento anterior e os motivos do atraso.