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Capital

Para pagar 50% do aluguel, mulheres participam de nova etapa de programa social

Elas são chefe de família e concorrem a 200 vagas do programa Locação Social na Capital

Cassia Modena | 08/05/2023 12:45
Mariely é chefe de família, assim como 80% das inscritas no Locação Social (Foto: Cassia Modena)
Mariely é chefe de família, assim como 80% das inscritas no Locação Social (Foto: Cassia Modena)

Na esperança de aliviarem o peso do aluguel no orçamento, 4.300 famílias de Campo Grande pré-cadastradas no programa municipal Locação Social começaram nesta segunda-feira (8) a apresentar os documentos necessários para concorrerem a subsídio que poderá pagar metade do aluguel de suas residências.

Entre os primeiros candidatos a comparecerem estão mulheres chefes de família, que representam 80% dos interessados no benefício, segundo a Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários).

A operadora de loja Leticia Ribeiro, 27, foi uma das primeiras a chegar na Loja da Habitação da agência, que fica no Shopping Norte Sul Plaza e é onde a ação ocorre até dia 6 de junho.

A expectativa é que sua família seja uma das 200 contempladas previstas na nova etapa do programa, já que "não tem dinheiro que sobre" enquanto paga sozinha um aluguel de R$ 600 para morar com os três filhos em uma quitinete no Bairro Lagoa Dourada. "Está tudo muito caro, hoje um salário não serve para pagar as contas básicas. Se eu conseguir esse subsídio, vou me 'desafogar' do que devo”, desabafa.

Se tiver o subsídio aprovado, a diarista Mariely Barbosa, 34, passará a desembolsar R$ 300 de aluguel em vez dos R$ 600 pagos atualmente para morar no Bairro Jardim São Conrado, também com três filhos. "O que sobrasse, ajudaria a fazer uma compra melhor no supermercado", cogita. Ela está na fila para conseguir uma casa ou apartamento popular da prefeitura há 12 anos.

A diarista Jussara da Rocha, 39, esteve pela manhã na Loja de Habitação para apresentar os documentos. Atualmente, ela paga R$ 700 de aluguel para morar em uma casa de dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma pequena varanda no Bairro Adelino.

"Lógico que seria melhor a casa que estou esperando ser sorteada para mim, mas ajudaria muito o aluguel social. Passo praticamente todo mês 'apertada'. O que sobrasse, seria para comprar alimentos e coisas para as minhas duas filhas", disse a diarista, que também está há mais de 10 anos na fila por habitação.

No caso de Jussara, dinheiro que sobrasse poderia servir para comprar alimentos (Foto: Cassia Modena)
No caso de Jussara, dinheiro que sobrasse poderia servir para comprar alimentos (Foto: Cassia Modena)

Pioneiro em MS - O subsídio de 50% do aluguel pago a famílias que aguardam serem contempladas com casa ou apartamento popular é uma iniciativa pioneira em Mato Grosso do Sul, de acordo com a Amhasf.

São 100 as famílias que já recebem esse benefício em Campo Grande e outras 200 as que serão adicionadas quando o próximo processo de seleção for finalizado.

De acordo com o diretor-adjunto da agência, Cláudio Marques, as famílias convocadas para a atual etapa da próxima seleção vivem em bairros de seis regiões da cidade. A exceção é o Centro.

A proposta, explica Marques, é atender de imediato à necessidade das famílias que aguardam por habitação. "Enquanto uma habitação popular custa em média R$ 165 mil e o poder público não consegue atender toda a demanda existente, essas famílias vão recebendo o benefício. É uma alternativa que começou a ser implementada na Europa e que gostaríamos que fosse política federal, inclusive", afirma.

A ação desta segunda-feira atende somente famílias pré-cadastradas na Locação Social e que já têm inscrição em programa habitacional.

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